SEM MIM, QUE LA NAVE VA

Sem mim, que la nave va , porque não consigo sair de dentro deste círculo espelhado, que me multiplica, mesmo que arrasada e desterrada eu seja pela memória tua. E quantas tentativas fiz para dele sair, Deus meu! Mas parece que consta no livro da vida que terei de cumprir os meus “cem anos de solidão”. Pois que seja! E que os espelhos reflitam uma imagem falada tua para que eu possa olhar nos teus olhos miúdos e descobrir em ti, cobras e lagartos e nunca borboletas azuis e bentivis . Eu quero me valer da arte de Salvador Dali e te pintar bizarra tornando visíveis as manchas da tua alma. Eu que não sou soldado do Hesbolá quero te atirar pedras. Eu quero tocar pra ti num violino desafinado a Marcha ao Suplício da “Sinfonia Fantástica” de Berlioz, até estourar os teus tímpanos. Eu quero que o eco do meu grito retumbante proclamando eu não te quero mais, eu não te quero mais, seja ouvido pelos quatro cantos da terra. Eu quero. Eu quero. Eu quero... Sabe de uma coisa, eu não quero nada! Absolutamente nada! Nada! Nada! Eu só quero te esquecer!!!

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 15/01/2009
Reeditado em 15/01/2009
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