O dia em que vi o Batman

O DIA EM QUE VI O BATMAN

Assim que vi o Batman caminhando em minha direção, desejei ardentemente ser uma Mulher Maravilha.

Era tarde da noite e eu estava distraída quando ele entrou sorrateiro pela única janela aberta, a da cozinha de minha casa. Deve ter feito um vôo rasante, depois colocou os pés no chão. De olhos fixos na tela do computador, não sei como percebi algo estranho se movendo no corredor. Virei-me. Era ele, todo negro, de asas abaixadas. Andava rápido. Levei enorme susto. Gritei. Ele também se assustou e sumiu.

Chamei meu marido e fomos encontrá-lo no banheiro, querendo se esconder. Ao acendermos a luz ele tentou subir pela parede, seus pés moviam-se com rapidez.

Mas não deu tempo, o jato de detefon o fez cair e se debater.

Fechei os olhos, não queria mais ver aquele horror!

Sei que não morreu logo, horas depois encontrava-se em outro lugar.

Mas não amanheceu.

Seu corpo foi levado, dentro de um saquinho, para as autoridades sanitárias.

Seria ele frugívoro ou hematófago?

Ratinho de asas, rato-careca, morcego feio... e perigoso!