Foto- Formação rochosa em forma de terraço - no Município de Costa Rica - MS

Música: La Traviata - Verdi

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Os quatro elementos da natureza e um só lugar.
 
No inicio de cada ano, minha esposa, meu filho e eu, invariavelmente, programamos um curto período de férias. Esse ano nós resolvemos aliar um trinômio: turismo, ecologia e aventura. Elegemos parte de Goiás e a região nordeste de Mato Grosso do Sul.

No
caminho conversei muito com meu filho recém chegado de um intercâmbio cultura na Nova Zelândia. Explanei a ele que qualquer ação humana possui ganhos, conseqüências e custos. Aquela imensidão que outrora fora coberto pela vegetação do serrado, habitat natural de emas, seriemas, lobos guará, tucanos, araras e muitos outros, hoje, os espaços mais acidentados da região foram ocupados por pastagem e eucaliptos; os espaços mais planos, pela cultura do milho, soja, algodão e canaviais. As poucas aves e animais sobrevivem em pequenas e miseras áreas que homem deu o nome de reserva natural. O progresso exige novas fronteiras, mas, a ambição desenfreada não consegue estabelecer o limite ideal entre a produção e a preservação da vida

Chegamos ao município de Costa Rica no Mato Grosso do Sul, que faz justiça ao nome de “Rica”, dado ao seu progresso, ao espírito de preservação e as belezas naturais. Inicialmente, visitamos o Parque Municipal, onde se pratica esportes radicais como tirolesa, arvorismo, rapel, hafting no rio Sucuriú e o que mais enche os olhos dos turistas são duas belas cachoeiras: a do Saltinho e o Salto Majestoso no Rio Sucuriú

Dando seguimento a aventura, fomos por uma estrada não asfaltada de sessenta quilômetros até a uma formação rochosa que abriga um sítio arqueológico e, em seguida, embrenhamos por estradinhas de fazenda até ao ponto que o carro conseguiu chegar, depois seguimos por uma trilha de média dificuldade de mais ou menos um quilometro e chegamos à Cachoeira das Araras. Após visitar a cachoeira, a simpática e amável guia de nome Augusta, que nos acompanhava, nos convidou para conhecer uma diferente formação rochosa.

 Após caminhar uns trezentos metros, por uma trilha de grande dificuldade, chegamos a uma estranha e belíssima formação rochosa, bem as margens do riacho, formando um maravilhoso terraço natural, onde a água pinga serenamente da rocha numa eterna chuva. Augusta, a nossa guia, nos falou: “essa beleza não tem nome e precisa ser batizada, de uma sugestão”.

 Aquele capricho da natureza erguia majestosamente frente aos nossos olhos, exibindo a terra fofa no chão, o ar fresco e úmido que contrastava com a secura e os trinta e cinco graus lá de fora. Embevecido pelo rico cenário, imaginei: aqui a natureza fez a sua morada, aqui encontrei os elementos da natureza: a terra, a água, o ar e faltava apenas o fogo, que pena, se ele ali estivesse tudo estaria completo. Num relance pensei, aqui temos pedras e das pedras se extrai o fogo. Pronto, naquele majestoso lugar encontravam-se os quatros elementos da natureza. Independente do nome que adotar, para mim, aquela beleza será sempre o Terraço dos Quatro Elementos.


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Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 13/01/2009
Reeditado em 29/05/2012
Código do texto: T1382684
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