Eu, uma mochila e um mico
Viajar para o interior da Bahia faz parte do meu cotidiano. O que não faz é o meio em que levo minhas roupas, livros, entre outras bugigangas. Às vezes vou com a mala do notebook, sem o brinquedo principal, é claro! Poucas vezes com uma mala de verdade.
Mas agora estou testando outro meio. A mochila.
O problema é que esse objeto de pendurar nas costas é como internet discada, na hora h, b, c, d, nos deixa na mão, literalmente.
O infeliz do zíper resolveu imitar os bancos, não agüentou a pressão e abriu (no caso dos bancos faliram) pondo em risco nossos objetos de valores. Ta bom, ta bom! A caneta que um candidato me deu não rabiscava nem seu valor, mas camisas, calças, livros me valem uma fortuna.
Para eu não ter que pegar cuecas, meias, na rua, fui obrigado a passar por um mico tão grande quanto. Colocar a mochila em uma sacola de supermercado.
Imaginem a cena! Uma mochila bonita, cheia de coisas dentro, aparentemente em boas condições de uso sendo transportada em uma sacola.
“Mas esse cara se veste tão bem para parecer um Mané!”, pensou sem escrúpulos uma senhora que não tinha menos que 100 anos. Sei dessa reflexão pelos seus olhares desaprovadores e seus lábios zombadores. Quanto à idade da velha, foi só uma sacanagem com a bisavó.
Mas o pior estava por vim. Quando cheguei finalmente em meu destino, pensando que teria que trocar todo o zíper da mochila, soube que era só um problema diagnosticado geralmente na justiça brasileira, estava frouxo. Era só bater um pouquinho que ele voltava ao normal.
Agora, além de roupas, livros e bugigangas, levo também um martelo. Só por garantia.