NADA QUE UMA BOA CONVERSA NÃO RESOLVA

Nada que uma boa conversa não resolva. Ontem, de fato, eu estava meio por baixo, mas hoje, se você perguntar por quem o sol brilha, eu respondo: ele brilha por mim. E, como eu disse na crônica de ontem, estava me sentindo perdida, então resolvi me procurar catando conchinhas na beira do mar – como me recomendou uma amiga querida – só Malu, que o mar ontem também não estava pra peixe, tomou conta do pedaço e mandou ver umas ondas violentas, não dando margem para passeios, só me restou sentar e observar o vai-e-vem das ditas ondas. Acho que ele, o mar, estava zangado mesmo, espumava tanto, e era como se jogasse pra cima de mim toda essa espuma raivosa , única vivente, naquele momento, à contemplá-lo. E foi ai que me lembrei da conversa que tive, enquanto a família e amigos reunidos na varanda da casa participavam de um churrasco e riam por tudo, eu, travestida de “cibernética” não saía da frente de um notebook. Sim, todos reclamavam a minha presença, mas eu, como que hipnotizada pela máquina e pelas palavras que desfilavam na telinha, me via completamente presa à cadeira, até a conversa acabar. E acabou de forma melancólica, mas tendo eu a certeza que precisava ouvir tudo o que foi dito, mesmo que dito de forma fria, impessoal, até imagino que quem conversava comigo era a máquina, ninguém a comandava. Ou quem sabe um bom samaritano que estava do outro lado na condição de voluntário num desses programas CVVs. da vida. Assim, o tempo foi passando, o mar se acalmando e eu com ele, até chegar à noite e a lua, que estava cheia aparecer por inteira com todo o seu esplendor, deixando um rastro de luz sobre o mar, então, peguei a máquina, pedi a lua pra fazer pose, e se possível um sorriso, tirei umas fotos e disse: essas são para a coleção da Malu...

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 12/01/2009
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