Confissões Pra Deus
As vezes parece que não enxergo o brilho dos meus próprios olhos ao espelho, ele se embaça ou quem sabe criei uma nevoa entre mim e mim. E me pergunto o que tenho feito de mim?
Às vezes parece que não me reconheço e não encontro uma resposta para quem sou.
Sempre que penso demais, e sonhos se confundem com possibilidades que se destorcem com metas e planejamentos. Ainda sonho em transformar o mundo, mas não transformo o meu mundo de Salvador Dali, que às vezes é tão disforme quanto Picasso, e tão autobiográfico quanto Van Gogh e Tarsila do Amaral. Essa vida não deixa de ser uma grande arte.
Grandes amores desfilam na minha frente, feitos de lágrimas e compreensão, dificuldades, imperfeições e dia a dia, eles passeiam de mãos dadas na calçada sem nenhum mundo arrebatador de Shakespeare e Vinicius de Moraes, nem por isso são desmerecedores de reconhecimento e admiração, pelo contrário esses não ficção tão reais, passam despercebidos muitas vezes, sem reconhecimento geral. Mas magnéticos olhares sorriem entre eles. E ainda desacredito do cara certo, todos me parecem tão errados.
Antes de dormir me pergunto o quanto sou livre para dizer não diante dos “sims” que todos esperam, o quanto ainda sou ligadas as amarras sociais de uma boa conduta. Ao receber aplausos quando aprendi a engatinhar não foram o suficiente, esses me impulsionaram a andar mesmo após boas quedas. Apenas para superar dos outros as expectativas. Quantas vezes na vida toda ainda fazemos isso?
Despimos-nos de nossas verdades mais sinceras e sonhos a cada dia. Omitimos a nós mesmos quem somos e assim cremos ser mais humanos. Por isso preciso estar de joelhos, para abrir os olhos do espírito e encontrar minha essência no Criador.