Ruptura
Virgínia fulber – além mar poeta
Ruptura,espreita o firmamento, horizontal sedimento de um novo pro-cedimento circular; pa- lavra. Na pergunta, filha do desconhecimento ressoa o eco do grito amadurecido como ouvimos na canção... “ A paz que cala não é paz é medo”!
Eco só reproduzia as falas de Narciso. Eco a jovem infante,
aquela que não possui sua fala. Narciso e Eco personagens da mitologia,
ainda por alguns mal entendidos ,retratam infancias com lacunas afetivas,ambos personagens melancólicos ...
Os mitos vivem entre nós em pais que calam, potencializando faltas, silenciando as falas ...Nada mais inocente que um grito que desmonta espaço e tempo e faz ecoar a potência do instante primeiro ; A infância do Eco é silêncio,sem logos,sem fala própria, ainda... O movimento do humano se faz no sentido de viabilizar a subsistência do sujeito, sua dignidade enquanto falante, portanto, humano.
Por que desaprendemos de perguntar? Desistimos, desestimulados pelos medos herdados, copiados, ou impostos, silenciados pelas falas autoritárias que ditam os comportamentos? Como avestruzes tantas vezes nos portamos diante ao mundo das perguntas...
Há um mundo a ser descoberto e construído através das vozes carregadas de saliva, únicas. Secas são as palavras de Eco, a ninfa dos bosques que repete a última palavra de Narciso, ela não questiona repete, repete ...sem alterar o tom e, definha, vítima da anorexia por e pelo amor...?
*-*
Trecho do texto Publicado 08/10/2005 in Jornal Ecos ( Que as “ faltas” façam mais e mais perguntar- e
Publicado no Recanto das Letras em 07/05/2008 Código do texto: T978456 )
e no tópico CRÕNICAS POÉTICO-FILOSÓFICAS para a "Orkultural"
SOCIEDADE DOS PÁSSAROS-POETAS -http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=2419882&tid=5288121738095329584&na=2&nst=2