O Lampiao
O Lampião
Nem sempre gostava deles, porque em eles faltava o primórdio ser humano. Nem a luz da casa, nem o principio do sol por cima dos ramos das arvores, como o ramalho no interior do seu espírito se expande: sendo arame farpado.
Tive essa idéia e dei no médio da maré a remar em sentido contrario. É certo, eles me produzem vertigem, apesar da asneira, os certificados das suas Universidades com grandes moedas de prestigio, como o alento do cavalo nas horas da corrida, como tu que foste para mim algo mais que a mulher falsa e fria. E nem sempre feliz te lembro.
- Escrevi esse poema a respeito dum mundo que se perde.
E logo ele a dizer um monte de coisas. Perdi-me no segundo episodio.
Ao voltar a casa encontrei a paz. As ruas nem são tão largas, nem tão amplias como aparentam, como o governo as apresenta, nem como a Câmara Municipal, no solstício de inverno um edifício a evitar.
E a cidade... Esta bem odeio a cidade, mas tem o rio, o rio e meu amigo, tinha com ele prolongadas conversas para hoje contar, porem encontrei ao ser erudito, que escreve poemas, que sabe os viscosos alimentar, e aos graxos de notas abertas na algibeira compartilhar fedores cobiças em verde . Era meu intimo: o rio.
Por ela o perdi.
E de novo o homem culto, no culto de si mesmo a dizer, mais sobre si mesmo:
- Escrevi aquele poema porque o mundo estava a ver a barbárie e a olhar para outro lado...
Na mão direita um copo de vinho, comia na fartura de quem fala na platéia e bebia da avarice que se sabe impossível contradizer, no meio do trunfo. Porque predicar a linha dos honestos e fácil para quem consegue algo erguer em nome dos justos, com o sangue no peito e as mãos a bater, na porta do Primeiro Ministro.
E eu que estava ali desejando fugir de eles, desejava sentir nojo; e nem uma coisa nem outra, um simples sorrir quando eles se dirigem me dirigem, para aplaudir ao homem mais culto, palavras estúpidas:
- Escrevi aquele poema porque a ameaça do homem serem atomizado esta agora a surgir com mais força que nunca na historia da humanidade...
Dizia ele que nunca aguarda um desdém, tem sapatos polidos e cabelo para engomar com o brilho da malicie.
Leu todos os grandes livros, conhece a profecia que ele próprio elaborou porque não tem outro remédio que preencher a sua ignorância.
E falava três línguas, uma hipótese para respostar uma pergunta longe do vento. Respostas têm seis, mas as combina com acerto. Nunca se cansa de falar da correta conduta. Conhece tanto de tantas matérias tão incrivelmente eruditas, mas desconhece o espírito e a essência de conseguir aromas nos frutos mordidos.
- Nem sempre gostei do primeiro enfoque, mas escrevi este poema porque o consumo em excesso nos traz...
(Dinheiro para os meus bolsos).