Historieta da 1ª República Portuguesa ( à minha maneira) - Parte IX
Afonso Costa já havia escapado a três tentativas falhadas de assassinato continuando a lutar contra a tuberculose, numa altura em que a Penicilina ainda não tinha sido descoberta, o que o fazia deslocar-se várias vezes à Suiça para tratamentos.
Não seria um simples eléctrico da Carris a dar conta do homem. Recuperou e ainda conseguiu formar o Governo da “ Sagrada União”, constituído a 16 de Março de 1916.
Para tal contou com António José de Almeida, seu eterno rival, que achou por bem colocar para trás das costas as divergências partidárias, a bem da Nação, e assumir a presidência do Governo. Afonso Costa ficava com a pasta das Finanças.
A Alemanha havia declarado guerra a Portugal a 9 de Março. Já antes havia iniciado hostilidades nas colónias africanas que eram por este país cobiçadas.
Brito Camacho escreve na imprensa: “ facilmente se compreende que um português, monárquico ou republicano, fosse germanófilo até ao dia em que a Alemanha se declarou em guerra connosco. Não fica mal à inteligência de ninguém ter admiração pela raça que deu, como a Alemanha, uma tão importante contribuição para os progressos da ciência, da arte, da indústria, do comércio; e para certas modalidades do espírito e de carácter o seu modo de ser social é o que mais convém à causa do progresso. Mas pode algum português, mesmo que ontem tivesse simpatias pela Alemanha, hoje que ela representa um perigo, um tremendo risco para a nossa Pátria, deixar de fazer votos, no mais íntimo da sua alma, para que ela seja esmagada?”
Apesar da crítica, Camacho, com seus “caprichos”, não entrou no Governo e alguns dos seus elementos saíram do Partido Unionista.
Embora a Rainha D. Amélia andasse pelos hospitais franceses dando apoio aos soldados e D. Manuel fizesse tenções de acompanhar as tropas inglesas no campo de batalha havia, dentro dos monárquicos portugueses, quem preferisse o lado germânico do conflito.
Outros monárquicos seguiram o exemplo de D. Manuel que enviou uma carta ao Governo da República afirmando concordar com a posição tomada em relação à guerra.
Ainda assim muitas vozes se levantaram contra a entrada de Portugal na Grande Guerra.
Portugal entrou na Guerra não só para defender as suas colónias africanas como para demonstrar à Europa, ao Mundo e à Inglaterra que era um país soberano e ao mesmo nível dos outros. Deste modo não permitiu continuar a ser tratado como colónia inglesa como havia sido até então.
De modo geral quem era contra o Governo era contra a guerra. Machado Santos, como já era seu costume, aproveitou a ocasião para se revoltar. Basicamente a sua acção consistiu em marchar de Tomar até Abrantes com a Infantaria 15, onde foi preso e enviado abordo da “ Vasco da Gama”.
O ministro da Guerra Norton de Matos organiza em Tancos uma Divisão de Instrução. Foi tal o seu sucesso que a sua obra ficou conhecida como o”Milagre de Tancos”.
A população começou a sentir os efeitos da guerra nos preços. Pior que isso começaram a faltar os géneros.
Para cúmulo assistiu-se no Alto Alentejo a uma monumental praga de gafanhotos, digna do Velho Testamento, que destruiu as colheitas de trigo.
Depois um surto de febre tifóide alastrou por Lisboa fazendo dezenas de mortos.
O estado de saúde de António José de Almeida agrava-se.
Embora não fossem a isso obrigados, muitos parlamentares resolvem oferecer-se voluntariamente para a frente de batalha.
A 17 de Fevereiro de 1917 discutia-se no Parlamento a chamada de Brito Camacho, como médico militar, para uma expedição a Moçambique. Afonso Costa respondia assim: “ Não desça ninguém até à torpe imbecilidade de imaginar que houve um governo, um ministro, um empregado de gabinete que teve algum propósito de dará impressão que queria afastar o senhor Camacho das lutas políticas, pois isso seria esquecer os seus serviços à República e os erros que Sua Excelência cometeu e que precisamente na sua presença têm de ser apontados, para os tentar defender se quiser.”
Em Lisboa, o antigo embaixador em Berlim, antigo ministro da República, lente de Matemática, membro do partido Unionista e major de artilharia Sidónio Pais começava a tecer a sua teia em busca da ascensão ao poder.
Quando o conseguir será um ditador. O que acontecerá então à República?
Afonso Costa já havia escapado a três tentativas falhadas de assassinato continuando a lutar contra a tuberculose, numa altura em que a Penicilina ainda não tinha sido descoberta, o que o fazia deslocar-se várias vezes à Suiça para tratamentos.
Não seria um simples eléctrico da Carris a dar conta do homem. Recuperou e ainda conseguiu formar o Governo da “ Sagrada União”, constituído a 16 de Março de 1916.
Para tal contou com António José de Almeida, seu eterno rival, que achou por bem colocar para trás das costas as divergências partidárias, a bem da Nação, e assumir a presidência do Governo. Afonso Costa ficava com a pasta das Finanças.
A Alemanha havia declarado guerra a Portugal a 9 de Março. Já antes havia iniciado hostilidades nas colónias africanas que eram por este país cobiçadas.
Brito Camacho escreve na imprensa: “ facilmente se compreende que um português, monárquico ou republicano, fosse germanófilo até ao dia em que a Alemanha se declarou em guerra connosco. Não fica mal à inteligência de ninguém ter admiração pela raça que deu, como a Alemanha, uma tão importante contribuição para os progressos da ciência, da arte, da indústria, do comércio; e para certas modalidades do espírito e de carácter o seu modo de ser social é o que mais convém à causa do progresso. Mas pode algum português, mesmo que ontem tivesse simpatias pela Alemanha, hoje que ela representa um perigo, um tremendo risco para a nossa Pátria, deixar de fazer votos, no mais íntimo da sua alma, para que ela seja esmagada?”
Apesar da crítica, Camacho, com seus “caprichos”, não entrou no Governo e alguns dos seus elementos saíram do Partido Unionista.
Embora a Rainha D. Amélia andasse pelos hospitais franceses dando apoio aos soldados e D. Manuel fizesse tenções de acompanhar as tropas inglesas no campo de batalha havia, dentro dos monárquicos portugueses, quem preferisse o lado germânico do conflito.
Outros monárquicos seguiram o exemplo de D. Manuel que enviou uma carta ao Governo da República afirmando concordar com a posição tomada em relação à guerra.
Ainda assim muitas vozes se levantaram contra a entrada de Portugal na Grande Guerra.
Portugal entrou na Guerra não só para defender as suas colónias africanas como para demonstrar à Europa, ao Mundo e à Inglaterra que era um país soberano e ao mesmo nível dos outros. Deste modo não permitiu continuar a ser tratado como colónia inglesa como havia sido até então.
De modo geral quem era contra o Governo era contra a guerra. Machado Santos, como já era seu costume, aproveitou a ocasião para se revoltar. Basicamente a sua acção consistiu em marchar de Tomar até Abrantes com a Infantaria 15, onde foi preso e enviado abordo da “ Vasco da Gama”.
O ministro da Guerra Norton de Matos organiza em Tancos uma Divisão de Instrução. Foi tal o seu sucesso que a sua obra ficou conhecida como o”Milagre de Tancos”.
A população começou a sentir os efeitos da guerra nos preços. Pior que isso começaram a faltar os géneros.
Para cúmulo assistiu-se no Alto Alentejo a uma monumental praga de gafanhotos, digna do Velho Testamento, que destruiu as colheitas de trigo.
Depois um surto de febre tifóide alastrou por Lisboa fazendo dezenas de mortos.
O estado de saúde de António José de Almeida agrava-se.
Embora não fossem a isso obrigados, muitos parlamentares resolvem oferecer-se voluntariamente para a frente de batalha.
A 17 de Fevereiro de 1917 discutia-se no Parlamento a chamada de Brito Camacho, como médico militar, para uma expedição a Moçambique. Afonso Costa respondia assim: “ Não desça ninguém até à torpe imbecilidade de imaginar que houve um governo, um ministro, um empregado de gabinete que teve algum propósito de dará impressão que queria afastar o senhor Camacho das lutas políticas, pois isso seria esquecer os seus serviços à República e os erros que Sua Excelência cometeu e que precisamente na sua presença têm de ser apontados, para os tentar defender se quiser.”
Em Lisboa, o antigo embaixador em Berlim, antigo ministro da República, lente de Matemática, membro do partido Unionista e major de artilharia Sidónio Pais começava a tecer a sua teia em busca da ascensão ao poder.
Quando o conseguir será um ditador. O que acontecerá então à República?