"Pobrezinho, Nasceu em Belém"
"Se você pegar a cidade de Belém, na Palestina, [Cisjordânia] essa cidade tem um muro dando a volta nela. Não tem como entrar e sair de Belém sem a permissão do exército israelense. E depois de toda essa política paulatina de segregação cada vez maior, há a possibilidade absoluta de realizar um massacre. "
( Alerne Clemesha, Profa. da USP)
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Há pouco comemorou-se o Natal, o nascimento do menino Jesus em Belém e que bem ou mal ainda é um momento de confraternização entre as pessoas, um momento de esquecer as desavenças ao lembrar daquele que, verdadeiro ou não, fala do amor e do perdão entre os homens. Mas na verdade o que ocorre é que estamos também, como os habitantes de Belém, aprisionados em nossas vidas, fechados a sete chaves e comemoramos em casas- prisões como ilhas dentro de um oceano de tragédias diárias, o mau cheiro da miséria invadindo nossas casas limpas. E desde alguns dias atrás, muitos meninos provavelmente nasceram na velha Belém e outros tantos foram mortos pela imbecilidade humana, pois nem de ambição podemos chamar este desatino genocida que mata crianças e pessoas indefesas, seja nesta ou em outras tantas guerras dos nossos dias. Teremos o ponto de mutação referido por Fritzjof Capra? Um momento em que se dê uma virada? Enquanto isso, diante do que estamos a presenciar, não podemos deixar de lembrar o verso da canção natalina: POBREZINHO, NASCEU EM BELÉM ...