Ela que caminha com os pés fora do chão
É sempre assim, quando ela passa é impossível tirar os olhos!
Não tem explicação essa fixação ao redor dela!
Ah ela desperta a doçura das pessoas com a ternura que carrega no olhar. Desperta vontade de ficar junto e de não parar de olhar.
É de uma leveza de espírito, que parece estar com os pés nas nuvens ao invés do salto agulha.
É de uma independência intimidadora, uma autonomia na atitude de quem carrega dentro de si tudo aquilo que precisa para percorrer qualquer caminho. Tudo está dentro dela, parece haver um mundo inteiro lá dentro, o mundo dela! Que é só dela e onde quase ninguém consegue chegar!
Para chegar lá, é preciso um convite dela! Mas ela não é muito chegada a convidados! Prefere reinar sozinha nesse mundo, não por egoísmo, mas por inteligência, ela sabe que são raríssimos os que entenderiam a forma de viver do seu mundo e ela não quer se explicar, nem se justificar, ela detesta isso! Uma das poucas coisas que ela detesta!
Ela não carrega ódio, nem rancor, nem nada que não seja bonito, afinal ela gosta da vida, ela gosta das pessoas, gosta de respirar e de ouvir a respiração do outro! Ela não é chegada em convidados, mas ela adora pessoas, todas elas: as pessoas que andam na rua, os desconhecidos que olham para ela, na verdade ela gosta é das pessoas que chegam assim sem querer, bem mais do que dos convidados que quando a gente recebe tem que servir, “fazer sala” (?!) e sempre aproveitam muito mais o momento do que os anfitriões. Ela não gosta de esquecer de si para agradar só o outro.
É por isso que ela gosta mesmo é das pessoas, não das “suas” pessoas, mas de todas elas!