O que fiz por merecer?
Não há ser vivo por menos vaidade que possa ter de seu trabalho, ser isento de orgulho em vê-lo reconhecido. E ainda mais sendo o elogiado um jornalista, e o reconhecedor alguém vulnerável as críticas do primeiro! Costumo me anunciar como jornalista imparcial, o que na realidade nem sempre somos uma vez que a parcialidade se torna a própria conseqüência do elogio postado no texto. Mas pelo menos das minhas redações só saem elogios se forem autênticos, que meu coração sinta voltado para isto. Pode ser que um dia eu venda meu jornal, mas a minha opinião não a venderei, posso até mudar de opinião, porque pessoas mudam de comportamento, mas nunca a minha mudança de opinião sobre uma pessoa estará relacionada com algum ganho obtido.
E como me envaideceu que no dia primeiro deste ano. Durante o seu discurso de posse, o ex-prefeito de Guanambi, ex-governador da Bahia, ex-deputado federal, e ex-prefeito do mesmo município na gestão passada e prefeito reeleito para atual gestão, Nilo Augusto Moraes Coelho, tenha se referido ao meu jornal e a mim com citações de elogios. Confesso que fui a sua posse, mas não pude permanecer até à hora dos discursos, uma vez que em poucas ocasiões vi tantos eleitores reunidos em uma posse Em virtude de minha saúde; diabetes e válvula no coração, além do incomodo de uma hérnia umbilical; razões que me fizeram sair do auditório após o juramento. Ouvi emocionado o fala pelo rádio. Certa ocasião Nilo recebeu a acusação ter atropelado um jornalista de imagem do “Correio da Bahia”, o que não acredito ter sido proposital, chegando até as minhas quase certezas de que foi “manchete arrumada” pela oposição. Agora ele “atropelou meu coração”, fez subir a minha diabete emocional. Mas me fez bem!
“Não poderia deixar de fazer um agradecimento ao jornalista Pedro Diedrichs, mais conhecido como Seu Pedro do jornal Vanguarda, que na sua simplicidade e competência sempre soube avaliar nosso trabalho”, disse aquela autoridade, que por diversas ocasiões já recebeu críticas por parte deste redator. Porém sempre procuro críticas que não ofendam a vida íntima das pessoas, e tenho o propósito de não servir em alguma ocasião de pau mandado de alguém. Tendo eu nas mãos uma caneta e papel ou ainda uma máquina fotográfica, jamais desejo de me fazer de atropelado! Minha natureza é esta, ao máximo possível pautada realidade. São poucas as minhas fantasias. Sou dos faço torcida para meu time ser campeão, mas sem esta de “Flamengo até morrer!”. Ou os craques da administração fazem gol, ou não contarão com a minha torcida.
Assim Nilo Coelho enxergou minhas ansiedades de jornalista, ao contrário de muitos que só vêm os elogios ou as minhas críticas. O ex-governador ao reconhecer meu trabalho conquista cada vez mais um fã, um eleitor, um amigo. Não conquista o jornalista, porque exercer jornalismo é exercer imparcialidade, e o político consciente e entendedor sabe que o autêntico repórter pode até não dar conotação sensacionalista a um fato, fazer apenas um registro de acidente! Mas o fará sem meias verdade ou mentiras por inteiro... E eu, na simplicidade que Nilo citou, por ser verdadeira, não colocarei melancia no pescoço, só faço uma pergunta: “O que fiz eu por merecer?”, e respondo com a consciência de quem pratica um bom jornalismo: “Noticiei a verdade, somente a verdade!”.
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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, DRT 398, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, que assim com é critico, gosta de reconhecer valores.