"NATAL DA (IN)CONSCIÊNCIA"
A muito, estou com esta cena na cabeça.
Dias atrás, depois do Natal, antes do Ano Novo, um fato me chamou atenção.
Descendo no terminal central de minha cidade, para tomar outra condução, nos minutos que aguardava, uma situaçao me fez pensar muito.
Passou por mim, um senhor baixo, muito baixo - um ser humano - que mais parecia um aminal, pelos seus modos. Vasculhava as latas de lixo da estação de ônibus. Revirou uma a uns dez metros à minha frente, outra logo em seguida, achou algo que vorazmente levou à boca, devorou como se fosse um manjar, em seguida foi até outra lixeira, esta, próxima a uma lanchonete; revirou e não teve sorte, nada encontrou para saciar sua fome.
Enquanto isso ao seu lado um aglomerado de pessoas sorriam felizes e degustavam pasteis tomando refrigerantes, cerveja, sei lá o quê. Só observei, e notei que esse ser humano (faminto) olhava as pessoas e presenti que sua fome era aguda. Fome de pão e fome de compaixão. Porém as pessoas ali se abraçavam e desejavam umas às outras um "Feliz Natal", um "DEUS te proteja", mas repudiavam esse pobre mendigo, esse desprezível ser humano carente de pão e compaixão.
Como podemos desejar tantas coisa aos nossos queridos parentes, amigos e conhecidos e desprezar um ser humano, estranho que não conhecemos, não podemos saciar sua fome de um dia, de um momento, enquanto nos impaturramos de comer e beber em nome de um "DEUS" que sempre nos pediu caridade e compreensão para com todos, inclusive nossos inimigos.
Poderia ser aquele ser humano pedinte o "Jesus" que crucificamos todos os dias a todos os momentos de nossas vidas?
Que belo espírito natalino eu vi em nós - Seres Humanos - naquela cena, naquele instante.
Pensei... Vou até lá, minha consciência pedia: leve um pão àquele filho de "DEUS", seu irmão, deixe de crucificar "DEUS" pelo menos hoje, aproveitando o "Espírito Natalino". Mas meu ônibus chegou.
Não... Não pude dar o melhor presente à minha consciência, perdi meu momento de interagir com "DEUS", fazer uma boa ação ao meu irmão necessitado de pão e principalmente de campaixão e amor. Sentimentos tão exaltados neste período natalino..
Ainda pude ver seu rosto triste e faminto através da vidraça do ônibus. Esta imagem persegue meus dias, todos os dias.
Perdão meu 'DEUS", Perdão por eu ser tão desumano...
Poeta Sem Nome. - 06/02/2009 -