Triunfo do SBT

__ Ah, as exceções! E como são disparatadas, descabidas e inconsequentes. Jamais entenderei o espírito das leis é por isto que prefiro os números, os balanços e os créditos. Rezo para frei Luca Pacioli todos os dias, seus ensinamentos não contemplam ressalvas ou favorecimentos.

Muito se fala em trabalho infantil, atividade comum em países subdesenvolvidos, dentre eles, o Brasil. Na maioria das vezes este fenômeno ocorre devido à necessidade de ajuda financeira à família, geralmente, composta por pessoas pobres os - “sobreviventes”. É comum nas grandes cidades a presença de crianças em cruzamentos de vias de grande movimentação vendendo bens de pequeno valor ou fazendo malabarismo em troca de algumas moedas. Apesar dos pais serem responsáveis pelos filhos, não é hábito dos juízes puni-los. A ação da Justiça aplica-se mais a quem contrata menor e mesmo assim algumas penas não chegam a serem aplicadas.

O que causa estranheza é ver no SBT uma criatura minúscula no tamanho, mas gigante na inteligência, apresentando um programa de televisão diariamente. Pelo que me consta ela tem apenas seis anos de idade. Às vezes a vejo bocejando como se alguém a houvesse arrancado da cama a fórceps. Muitas vezes o sono é tanto que ela se perde falando coisas desconexas para despertar do sonho de ser criança. Dizem que ela ganha vinte mil reais por mês, uma ninharia comparado ao que a empresa fatura com o seu trabalho “escravizante”. Já tivemos outros exemplos no passado. Quem não se lembra da turma do Balão Mágico ou da Mara Maravilha? Isto sem falar dos nossos jogadores de futebol, que mal deixam as “fraldas” em busca de campos de trabalho em plagas distantes, enfrentando novos costumes, novas leis. Muitos esquecem até a "Última flor do Lácio, inculta e bela".

Maísa é um caso à parte, mas deveria ser uma oportunidade para revermos nossas leis, nossas exceções, nossa desumanidade. Se ela fosse burra e trabalhasse na minha casa, certamente eu seria tachado de escravagista. Mas como ela é inteligente, bonita e trabalha na televisão, devo aceitar que esse tipo de relação de serviço em nosso país, faz parte da cultura, da tradição... dos bons costumes.

As exceções são incidentes processuais. A infância é o melhor de nossa vida... e bola pra frente!!!