Quem fala o que quer, ouve o que não quer

Eu não sei se é pela idade ou se já era uma característica própria que – ultimamente- tem se tornado mais marcante mas o fato é que a tolerância, que nunca foi meu forte, vem se estreitando cada vez mais e deixando a irritabilidade à flor da pele.

Tem dias que me sinto como as mulheres na TPM, com a tolerância zero, principalmente quando ouço perguntas...hum..digamos pouco inteligentes.

Quando você liga para alguém antes das 7:00 horas da manhã e o telefone toca mais de três vezes antes de ser atendido, há uma probabilidade - de mais de 70% - da pessoa chamada estar dormindo o que dispensa a indagação idiota : eu te acordei? Correndo o risco de, o interlocutor, ter acordado ‘’com a macaca’’ (não me refiro a mulher dele, claro) e responder que estava cag...ops...fazendo coco, xixi, sexo (antes das sete? 0,01% de probabilidade), etc.

Tem situações que me vem á mente um milhão de respostas – imbecis tanto quanto a pergunta – onde eu me divirto tentando imaginar a reação do inquiridor, se eu respondesse o que deu vontade. Como quando estamos num restaurante ou barzinho e ao pedirmos a conta o garçom pergunta: - Já vão embora? Imediatamente dá vontade de responder: - Não, imagine, só pedimos a conta porque, como estamos sem dinheiro, iremos calcular quantos pratos teremos que lavar para saldar a dívida. Ou então : - É que já cansamos daqui e resolvemos terminar nossa refeição noutro restaurante.

Agora, tem também aquelas pessoas que não entendem o ‘’espírito da coisa’’ ou seja não compreendem o sentido da questão como por exemplo a do homem que ia ser pai, liga para a maternidade e pergunta: - Tem notícias da minha mulher, que neste momento está em trabalho de parto? A enfermeira pergunta: - É o primeiro filho dela? – Não- respondeu o homem- é o marido.

Outro liga para uma agencia de viagens no aeroporto e pergunta quanto tempo leva o vôo de São Paulo a Belém e a funcionária diz:- Só um minuto, por favor. E o rapaz: - Nossa como é rápido! Um senhor ligou para uma loja de artigos agropecuários e perguntou se eles tinham veneno para baratas, o atendente disse que tinha e perguntou: - É para entregar? E o cliente responde: - Se vocês não quiserem que eu leve as baratas até aí!

Em Fortaleza tem a estória do seu Lunga (cidadão famoso pelo mau humor) que encontrou um conhecido no ônibus que lhe pergunta onde vai e ele responde: - Vou para Recife.

O sujeito então diz: - Não seu Lunga, o senhor vai ‘’a Recife’’ pois, como reside aqui em Fortaleza e a situação é transitória (vai e volta), usa-se a preposição ‘’a’’ mas, se estivesse mudando definitivamente para lá, então estaria correto dizer ‘’para Recife’’. O seu Lunga diz: - Agora você me deixou em dúvida.

O sujeito: - Qual dúvida? E o seu Lunga: - Se mando você ‘’a’’ puta que pariu ou ‘’para’’ a puta que te pariu!

Wilson Silvério