O tempo e a saudade

Hoje é um daqueles dias em que a saudade toma conta de mim, um daqueles momentos em que paro exclusivamente pra pensar e recordar os dias que passaram, mas que nem o tempo foi capaz de me fazer esquecer. Como o tempo é cruel nos rouba aqueles dias incríveis que passamos ao lado das pessoas que amamos, e o pior é que ele não rouba somente os dias, leva também as pessoas que amamos. E essas pessoas às vezes são tão importantes nas nossas vidas, às vezes fundamentais para continuarmos com um riso na face.

O tempo nos rouba pessoas e momentos que são insubstituíveis, mas ai vem um gesto, uma comida, uma musica antiga e nos faz recordar de dias e pessoas que se foi com a pressa do tempo. Mas quando o tempo passa, ele deixa um rastro e esse rastro é a saudade, sentimento este que às vezes machuca tanto. A saudade às vezes dói, mas que uma tapa, um pontapé, um soco, prender o dedo na porta. Não tem dor maior que a saudade de um amigo que você não ver ah anos, de um lugar que não existe mais, daquela professora do primário, dos primeiros colegas de escola, o primeiro amor, o primeiro beijo, tem a saudade daquele amigo que morreu, daquela viaje inesquecível na infância, das brincadeiras da sua época, às vezes sentimos saudade da comida da avó e quando não se tem mais a avô, ai é que a saudade maltrata, machuca, chega a queimar por dentro.

Sinto saudade de tantas coisas; da infância simples correndo no terreiro da casa de meus avos na companhia de minhas primas e meu irmão, dos almoços aos domingos em família, onde todos se reuniam, eram tão divertido cheio de verdade, estavam todos ali por quer queriam estar ali, o pior é que tenho a certeza que nunca mais vou reviver esses momentos.

O tempo também deixa lembranças ruins, por exemplo, aquele finalzinho de tarde 01 de agosto de 2007, foi o pior dia da minha. Chegava ao fim à vida de minha avó, depois de anos de convivência, de brincadeiras, e de muita amizade. Eu estava ali dentro daquela ambulância testemunhando os últimos minutos de minha querida avó, assistindo ela agonizando, e eu sem poder fazer nada, sentir-me tão impotente, tão inútil, a única coisa que podia fazer era dizer a ela que, ela iria sair daquela, que tudo ia dar certo. Afinal era essa a minha vontade que tudo desse certo, que ela reagisse, fosse forte e sobrevivesse, mas não foram possíveis dentro poucos minutos estava confirmado, ela tinha falecido. Só eu sei como doeu e dói até hoje, naquele momento havia perdido uma grande amiga, que sabia como ninguém me fazer sorrir, que quando estávamos juntos parecíamos duas crianças brincando. Então veio o inevitável, como tudo tem seu tempo e sua hora era chegada à hora dela, tinha se esgotado o tempo dela aqui na terra, e lá se foi ela.

O tempo deixou apenas recordação e saudades, saudades sem fim.

Stoff Vieira
Enviado por Stoff Vieira em 05/01/2009
Código do texto: T1369071
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