Ensaio sobre as novas formas de amizades
Ensaio sobre as novas formas de amizades
Caldeira da Silva
O ser humano, sozinho, constrói muito, mas ele sempre precisa da presença de seu semelhante, seja para procurar orientação ou simplesmente, para se relacionar das mais diversas formas. Tudo isso, porque somos “seres sociais” e sempre estamos à procura de uma vida mais fácil e ágil. O ato da aproximação não é tarefa tão simples quanto parece. Para que haja grupos precisa existir afinidade, pelo menos com alguns princípios e valores do outro indivíduo. Quando estou perto de pessoas com gostos afins, fica fácil sentir o calor humano que preciso, basta convidar para assistir a um filme ou conversar sobre um livro.
Como você mantém suas amizades?
E quando no bairro ou na cidade não encontramos pessoas que façam o nosso estilo?
Eu tenho os meus familiares com os quais sempre posso contar, mesmo assim, a família não me corresponde em certas aspirações e desejos e parto em busca de novas idéias, deixando a vida fluir rumo a novos horizontes, tanto cultural quanto social. Procurei, então, amizades em “tribos sociais” que mais se aproximavam de minha ideologia.
E quando conhecemos pessoas que fazem o nosso estilo em um perfil virtual?
A princípio não acreditei, mas hoje fico parte do tempo pensando nesta amizade, isso quando não estou junto dela num espaço iluminado com dimensões de algumas polegadas. Faça chuva ou faça sol a união acontece. A minha nova “amizade”, encontrei no grupo social chamado: “tribo micreira”. Esta cultura cresceu bastante, tanto que já somos uma nação deitada em berço esplêndido ao som do mídia player e à luz do monitor. Lá eu converso, dou gargalhadas, vibro e choro. São vários os integrantes desta tribo, mas as minhas atenções se voltam somente para uma pessoa- Uma Mulher.
O carinho que tenho por ela é grande. Sempre me faço presente deixando uma mensagem, mesmo que seja de poucas linhas para marcarmos nosso próximo encontro: “Amanhã falaremos no MSN”. Quando conversamos nesta sala apertada, com várias outras pessoas falando ao mesmo tempo, temos que contrabandear palavras adulteradas na tentativa de comunicar mais rápido, mesmo que o entendimento fique para depois. O bom é que não existe punição contra este tipo de “fraude ortográfica”. Neste encontro o aperto de mão não é sentido, é percebido na palavra: Olá! O beijo ganhou um novo modelo, passou a ser projetado em cinco grafias.
Diante de tudo isso eu posso dizer que tenho uma amizade, e sempre que posso, estou com ela.
Será que ela esta comigo? E você como você mantém suas amizades?
Tiago Caldeira da Silva