O PIÃO DO IMPERADOR
O PIÃO DO IMPERADOR
Na educação do jovem Imperador de acordo com a burrocolica educação portuguesa, a infância do jovem garoto foi uma seqüência de intermináveis se nões.
Pedro não faça isso, Pedro não faça aquilo, Pedro não vai, Pedro não vem, para Pedro não dá. Etc. não e tal.
Ele conseguiu bular a vigilância real e fazer amizade com um neguinho circense e em determinada época fugir para o circo a fim de brincar com o único amigo de sua infância.
Ao ser descoberta essa amizade a corte os afastou para sempre, mas Pedro além de levar pela vida a fora ,consegui também guardar no fundo do seu peito a amizade de todos os artistas do circo onde refugiou na sua fuga para brincar com seu amigo crioulinho.
Recusou o presente que o amigo lhe dera um pião com fieira, falando:
- Não posso aceita-lo ele é seu único brinquedo.
Em retribuição o pequeno Imperador deu lhe o seu par de sapatos que naquela epoca de escravidão significa confirmar a sua auforria.
A vida do Imperador correu célere até que de acordo com os revezes reais ele se viu exilado no glamour de Paris.
Ele levou como lembrança do Brasil um saco pequeno de terra onde nos momentos de tédio imperial deitava-se sobre ele.
Ao secenta e seis anos envolto em profunda depressão resolveu abrir o saco de terra da pátria amada para sentir-lhe o cheiro. Levou um profundo surto de saudade. O pião com fieira de seu amigo auforriado estava guardado junto com a terra.
Goiânia, 31 de dezembro de 2008.