A FLOR DO JARDIM ( página 3)

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Augusto,filho único de Rita e Leandro,desde criança mostrava um interesse incomum para a botânica,sua infância foi bem tranquila.Sempre dispôs do auxílio dos pais para tudo,os quais não mediam esforços para satisfazer seus desejos mais simples.Era amado com zelo e dedicação.Não compreendia,mesmo ainda criança por que uma dor funda no coração o afligia sem mais nem menos.Os pais diziam que era passageiro e que ele não deveria se preocupar.Os médicos disseram que sua saúde era fenomenal.Podia ser a necessidade de um irmãozinho.Bem que tentativas inumeráveis foram insuficientes nesse sentido.Rita não poderia mais engravidar,uma doença no útero tirou toda a esperança de dar um irmão ao filho.Ela era a quinta filha de treze que os pais tiveram.Imaginou que teria alguns,mas nunca apenas um.Com o tempo se conformou,dedicou-se com afinco ao filho que Deus permitiu-lhe ter.Mimou-o demais,talvez essa devia ser sua maior falha como mãe.Augusto sentia-se como o dono do mundo,seu carisma envolvente disfarçava esse defeito que poucos notavam,os amigos relevavam seus tiques e manias.Não era agressivo,poucas vezes impôs pela força suas vontades.O pai o adorava,via nele os seus projetos de vida.

O maior medo de Guto,como era chamado carinhosamente em casa,era não conseguir ser o que planejava para si desde que se entendia po0r gente.Na escola foi sempre o primeiro em tudo e isso o fez ser chamado de "Crânio".Todos os amigos pediam ajuda nas tarefas de casa,ele jamais se negou a ajudá-los.A aflição que ele sentia no peito aumentava a cada ano que passava .Os médicos diziam a mesma coisa que ele se acostumara a ouvir.

-Seu filho não tem nenhum problema cardíaco,talvez sofra de ansiedade.Existe na família do pai ou da mãe algum histórico de problema do coração?

-Não,pelo menos que nós saibamos,eu mesma já assuntei com todos os meus irmãos sobre o caso e nada descobrimos.

Augusto às vezes tinha plena certeza de ter vivenciado alguns momentos que estavam se realizando,parecia que ele estava vivendo a mesma situação duas vezes.Isso o assustava muito.Imaginava que tinha vivido sob a forma de outras pessoas,pois algumas frases que dizia não tinha nenhum significado para ele,era como se alguém pronunciasse por ele.Um de seus amigos de colégio presenciou um episódio desses e pensou que ele ficara louco por tanto estudar,mas não revelou o que ouvira a ninguém em amizade que tinha pelo colega.

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-Onde estão os meus pais?É estranho que até agora eles não tenham ligado para o meu celu...hei cadê ele?Eu vou chamar a polícia,alguém tem que dar o paradeiro do meu celular.

-Aqui você não precisa dele.Me responda o seguinte:você não sentia um aperto no coração desde pequeno?

-Como é que você sabe disso?Ah,já sei,olhou o prontuário médico.Eu preciso telefonar para a minha noiva,ele mudou o meu jeito de ser,deve estar muito preocupada comigo.

-Onde você pensa que realmente está?

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Até o próximo episodio...

LÉO VINCEY
Enviado por LÉO VINCEY em 04/01/2009
Código do texto: T1366852
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