Que quadro você pinta?

Caldeira da Silva

Pode-se imaginar um escritor como um pintor, considerando sutis diferenças. Um pintor prepara o quadro, junta as tintas que julga ser mais adequada a sua obra, e lentamente observa o resultado. Já o escritor com o papel em mãos opta pela crônica que gosta, ou pela poesia que tem mais facilidade e, assim por diante. Com papel e caneta em mãos, ele realiza alguns traços de idéias traduzidas em palavras sobre a folha em branco.

Mas, para um escritor não basta apenas escrever é preciso saber enquadrar as idéias dentro de uma moldura, de modo a ser percebidas por outros artistas de grande importância: os leitores. Eles sempre estão contribuindo de maneira construtiva ou destrutiva com sua criticidade.

Mesmo com a reforma ortográfica confundindo muitos, nos traz um grau de simplificação desejada. Assim continuamos escrevendo, expondo nossas idéias de vários modos, na tentativa de dominar uma de nossas maiores riquezas: a comunicação. Com ela mostramos que podemos atingir além de nós. Que quadro você pinta? Fazer biografia é ótimo, tanto para quem faz, quanto para quem lê. Escrever crônica traz uma reflexão ou um bom humor da realidade, podendo tocar na ferida de muitos Indivíduos. Criar música é mais uma habilidade de expressar sentimentos. Dissertar eleva o nível da linguagem culta convencional por ter seu objetivo e desprendimento do coloquial. Compor um soneto revela algo amável, meigo e carinhoso que podemos encontrar em raras pessoas. Que quadro você pinta?

Pintando ou escrevendo estamos exteriorizando idéias, mesmo que subjetivas, pessoais, mas que deixam a vida com mais sentido e clareza. Essa interação entre escritor e leitor é que resulta em um texto rico e detalhado. Que quadro você pinta?

Tiago Caldeira da Silva