Mercado pop
O aspecto interessante, mas um tanto melancólico de quem, como eu vive já há uns a mais é ter que encarar mudanças, como por exemplo, a da música como costume fabricado pelos meios de comunicação de massa. Testemunhar que os jovens só gostam do que lhes condicionam a gostar. Evidentemente não fui e nem sou imune, porém aprendi a distinguir o que é ruim (ainda que, por descuido e cada vez menos, me pegue cantarolando porcarias). Sei que é um saco ficar choramingando o quase desaparecimento da MPB e um pouco mofado só querer ouvi-la impondo aos demais o meu saudosismo. Sentia-me assim quando “os mais velhos tentavam me mostrar o “talento” dos pops dos anos 50’s e 60’s há anos atrás. Não gostaria de ser visto como um dinossauro. Não basta ser música americana para ser boa, não basta ser forró para ser original, não é suficiente ser animada para não ser de mal gosto.
Lamentável mesmo é a invasão de axé, pagode, sertanejo “romântico” brega e forró da mais baixa qualidade. Coisa que de certa forma já estigmatizou até esses gêneros. Lembro que desde que a TV globo permitiu às duplas sertanejas participarem de seus musicais e novelas que o trem desembestou de vez. É triste ver o que se “curte” hoje. A mobilização para ver os shows lotados apresentados por artistas bizarros. Quando me lembro do desdém com que trataram aos Beatles duvidando da qualidade de sua música, dá para ter uma idéia do que se sente ao ouvir a banda Calypso. É de arrepiar... De horror! Será que seria necessária a volta de uma estatal como foi a Rádio Nacional? Uma verdadeira Hollywood brasileira? Formando maestros, músicos... Mantendo uma referência de todas as tendências? Claro que hoje seria impossível, afinal ela era do governo Vargas. Mas que ninguém se engane: sua influência na música brasileira é indelevelmente consistente ainda hoje.
Onde está a revista que se considera a consciência política do Brasil (a Veja)? Por que será que TV Globo não dá uma guinada nessa tendência de importar os lixos estrangeiros? Será que MTV e a Transamérica não são suficientes?
Espero que essa “idade das trevas” não dure tanto que eu não possa ver o seu fim...
Senhor 2009! Dê uma ajudinha aí!