Falar demais...
Então, então... Encontrei meu amigo Pedro. Era um desses dias em que se sai de casa e sabe-se que se vai encontrar conhecidos- mas eu não pensava em Pedro- colega de profissão, inicialmente fomos vendo nossas afinidades: os mesmos livros, os mesmos amigos aos domingos na pracinha da igreja e por aí vai...
Conversamos de tudo- amores e dissabores; eu sempre mais expansiva, fui logo falando de poesia e de amores (?)... Bem... Meu amigo Pedro (Olhos brilhando- os dele- E os meus? Isso é coisa para depois; preciso me questionar mais...) iria ficar por aqui na terrinha até uns dias após as festas de fim de ano. Combinamos de nos encontrar hoje à noite. Eu teria um encontro?
Hum... Não me recordo de ter tido um encontro há tempos! E não era o que eu queria? Tomar um sorvete, uma boa conversa, um abraço de um amigo, umas mãos entre as minhas, um carinho... Aí é que mora o perigo! Mulher solitária, sem amor, sempre se entrega sem reservas...
Abrir os braços à vida! Sem quaisquer extremos de amor. Pensar unicamente na fidelidade de um repouso de um ombro entre beijos... Isso é um “fica”? Ai! Essas modernidades estão me deixando confusa (!); agora já me sinta inquieta, arruinando por completo o projeto de simplesmente ir a um encontro casual (?)
Encontro-me viva, sei disso! Unicamente! E meus sentimentos têm voracidade o bastante para vencer uma, por ventura, fraqueza de sexo (Deve ser isso que me traz inquietação!). Tenho suficiente respeito por mim para não cair na insensatez de provocar uma paixão e me dar sem amor. Ai, falo demais!