Natal longe de casa

Quando estudávamos na França, a proximidade do Natal começou a dar um aperto no coração da gente. Acostumados a comemorar esta data em família, todo mundo se perguntava como ia ser naquele ano, longe de casa. Resolvemos, então, arrumar um grupo para festejarmos juntos. E teria que ser uma festa bonita, com ceia e tudo. Cozinhar, porém, era o problema de muitas moças, inclusive o meu...

A amiga Augusta se prontificou a ceder sua casa e preparar a ceia. Seria até bom para seus filhos. E quis saber de nossas preferências.

É claro que a primeira coisa lembrada foi o peru, mas logo achamos fora de propósito, pois este não é um prato natalino naquele país. Lá eles servem o “foie gras”. Descartado o peru, ficamos um tanto sem rumo, ninguém sabia ao certo o que escolher. Peixe?... Não, não combinava com Natal. Carne assada?... Também não. Frango?... De jeito nenhum, ia parecer o filhote do peru.

Depois de muito pensar, alguém teve uma boa idéia: que tal um prato do qual estávamos todos com saudade? A decisão foi unânime.

Naquela fria noite de 24 de dezembro um seleto grupo de brasileiros desgarrados celebrou o Natal – em Paris - bebendo bons vinhos e se deliciando com ... pastéis!