Natal Indiano
Eram vinte elefantes à roda da mesa. Colocaste o teu turbante vermelho de marajá e tiraste os teus amigos do bolso. Nunca tinha comido com elefantes num restaurante. E foi muito bom. Vinte toneladas de muralhas protectoras a abanar as orelhas e sorrir com os olhos pequeninos. Para os elefantes também há Natal. Como eles gostaram do lamb korma e do panner tikka. As trombas ternurentas a beijarem-me a face como quem diz “ gostamos do nosso menino Jesus “.
E com o café mais uma surpresa: tocando cítara dedicaste-me uma música. O mundo gira sem ti. Descansa a cabecinha que o mundo vai girar sem ti esta noite. Noite de Natal. Noite de Lua Cheia. Lua cheia de Sol. A brilhar para ti.
Deste-me os livros todos que ainda hei-de ler antes de morrer. Se não tiver tempo leio depois. E ainda me devolveste a ardósia onde escrevo. Esse xisto argiloso que é vida e ar e água e tudo o que é primordial e primitivo.
Eram vinte elefantes à roda da mesa a cantar para nós. Na noite da consoada. Consolando-nos da dureza dos dias todos do ano que ficaram para trás. Fizeste sentir-me pessoa. Quando todos estavam entretidos a tentar ser grandes senhores. Distraídos enquanto estavas atento. Empunhando a espada por mim, defendendo-me. Trouxeste-me os teus elefantes. Comeram à nossa mesa. Beijaram um por um, em fila indiana, o nosso menino. O nosso menino Jesus.
Eram vinte elefantes à roda da mesa. Colocaste o teu turbante vermelho de marajá e tiraste os teus amigos do bolso. Nunca tinha comido com elefantes num restaurante. E foi muito bom. Vinte toneladas de muralhas protectoras a abanar as orelhas e sorrir com os olhos pequeninos. Para os elefantes também há Natal. Como eles gostaram do lamb korma e do panner tikka. As trombas ternurentas a beijarem-me a face como quem diz “ gostamos do nosso menino Jesus “.
E com o café mais uma surpresa: tocando cítara dedicaste-me uma música. O mundo gira sem ti. Descansa a cabecinha que o mundo vai girar sem ti esta noite. Noite de Natal. Noite de Lua Cheia. Lua cheia de Sol. A brilhar para ti.
Deste-me os livros todos que ainda hei-de ler antes de morrer. Se não tiver tempo leio depois. E ainda me devolveste a ardósia onde escrevo. Esse xisto argiloso que é vida e ar e água e tudo o que é primordial e primitivo.
Eram vinte elefantes à roda da mesa a cantar para nós. Na noite da consoada. Consolando-nos da dureza dos dias todos do ano que ficaram para trás. Fizeste sentir-me pessoa. Quando todos estavam entretidos a tentar ser grandes senhores. Distraídos enquanto estavas atento. Empunhando a espada por mim, defendendo-me. Trouxeste-me os teus elefantes. Comeram à nossa mesa. Beijaram um por um, em fila indiana, o nosso menino. O nosso menino Jesus.