Algumas Confissões de um Escritor - Parte - 2: Plantações e Colheitas Literárias
O ofício de escritor não é nada fácil, requer sacrifícios, renúncias e muito amor. Antes de ingressar no mundo da Literatura, não sabia que era tão complexo. O leitor não sabe quantas fases percorre uma obra de ficção para ficar pronta. A criação é só a primeira fase, depois vem a revisão do manuscrito, a digitação, a revisão do material digitado, a capa, o sumário, o prefácio, o posfácio, as ilustrações, dentre outras fases. Só depois de tudo isso é que se pode enviar o material para a editora, não sem antes registra-lo, é claro; senão o escritor pode perder todo o seu esforço por causa da malandragem de alguém.
No entanto, percebi que não existe coisa melhor para um artista do que contemplar a sua obra pronta, perfeita. Isso vale para o pintor, para o escultor, para o compositor, para o arquiteto e evidentemente para o escritor, talvêz o que mais sofra na elaboração e o que mais se angustie para ver o resultado do seu trabalho. Mas as horas e os dias perdidos são válidos, de fato é um investimento na eternidade, na consagração tão almejada. Existe algo mais satisfatório para um escritor do que ele chegar numa livraria e manusear um livro que ele produziu? E perceber que pessoas de todos os níveis sociais folheiam a sua obra, divertem-se, entristecem-se, ou aprendem algo que lhes será proveitoso?
Para o escritor esse é o verdadeiro êxtase, o verdadeiro paraíso. E isso lhe basta.