Datas comerciais
O calendário comercial começa com o Carnaval e quase termina no Natal. Tem ainda a do Ano Velho e do Ano Novo, tudo será patrocinado e filmado pela Rede Globo. E é assim, mais um ano começa de novo. Vem o Carnaval, que não faz realinhamento social porem vende “abadas”. No Rio de Janeiro e em São Paulo, fazem com que os pobres fiquem em baixo desfilando para a corte que se instala nos camarotes carnavalesco.
Daí vem a Páscoa. Uns vendem bastante peixe, outros comem lixo, outros comem ovos de chocolate enquanto uns vendem ovos de dezoito quilates.
Daí vem o dia das Mães, dos Namorados, dos Pais, dia de tudo, dos Avôs e das Crianças. A mídia apela na emoção, fragiliza seu coração, te da à sensação que seu filho não vai gostar de você mais não. Enquanto isso abafa as noticias de juízes envolvidos em corrupção e as Emissoras de TV devendo impostos à nação.
Por fim vem o Natal, enquanto uns comem Peru outros ceiam a sopa da pastoral. Uma data legal, presentinho para as crianças e reforça a segurança para que não tenha nenhum furto por um marginal. Porem é Natal, se perdoa tudo, o vizinho que espia sua filha tomando banho, o patrão que não te deu aumento, tem até amigo oculto (para entregar presente tem que descrever um talento), e alguns passam o dia 25 ao relento.
Mas isso não importa, o ano está acabando, tudo deve ser esquecido, pois a tarefa deste Ano Velho foi cumprida, deseje paz aos palestinos que sofrem pela guerra. Vamos esquecer a mídia explorando o caso da menina Isabela, e esquecer-se das eleições, vamos deixar os políticos quietos, daqui a quatro anos velhos pensamos nisso. É hora de festejar, ver os fogos de artifício caindo enquanto outros acertam crianças nas favelas. Afinal, um novo ano tem que ter novas coisas, novos sabores, novo ano de promessas.