Adeus ano velho!

Marco colocava sua roupa na bolsa, não estava nem um pouco com vontade de ir para praia. Nessa época do ano a praia fica um inferno, tudo cheio, fila para tudo e ainda mais, sempre faltava água! Mais todo final de ano, era a mesma coisa sua família tinha que alugar uma casa na praia. Ficavam horas parados no transito para ver alguns segundos de fogos e para ver gente pulando onda, jogando flores brancas no mar como se isso fosse resolver os problemas que nem eles mesmos sabem como resolver. Sua mãe entrou no quarto:

-Filho não demora! Seu pai já está chegando.

Ele apenas olhou para ela e continuou a guardar a roupa.

Nunca ligou muito para o tempo mesmo, sempre achou uma inutilidade comemorar troca de ano, por ser sempre a mesma coisa, muitos planos e pouca ação. Só fazem troca de ano porque se fossem dias corridos não pararíamos para analisar o que não fizemos no passado, por que se não passaríamos a vida toda trancado em um escritório. Mais um sábio homem criou o calendário e depois disso começamos há medir o tempo, final de cada ano paramos e analisamos o que deixamos de fazer e fazemos varias promessas para o próximo ano. Pena que passa o ano e continuamos sem fazer as coisas que planejamos, virando um circo vicioso, analisamos, identificamos o que não foi feito, prometemos e continuamos a agir da mesma forma. E o que podemos dizer é somente: - Adeus ano velho e que venha ano novo!

Fechou sua bolsa e desceu as escadas, colocou-a no porta-malas do carro e seguiu em direção a praia. O tempo estava nublado, mais isso não importava para seu pai que sempre no último dia do ano ele tinha que ver o mar. Era até bonito isso, o chato, era que todo mundo tinha a mesma idéia dele e com isso a marginal lotada de carros. Apenas encostei minha cabeça no banco e fechei os olhos e tentei relaxar porque a viagem ia ser longa.

Acordei com meu pai desligando o motor e minha mãe me chamando. A casa era bonita, apenas deu tempo de colocar à bolsa no sofá e meu pai me pegou pela mão e saíamos para praia, a dificuldade era grande de andar na calçada devido os pedestres.

Realmente o cenário da praia era bonito, as ondas em contato com a areia em um vai e vem constante, o mar tão calmo e ao mesmo tempo tão barulhento, ao colocar meus pés na areia, meu pai largou minha mão e saiu correndo pulando no mar. Era impressionante a felicidade do meu pai em contato com o mar, já estava acreditando que o mar era um purificador de alma, como ele dizia, pensei em entrar também, mas vi junto com a as ondas uma espuma branca causada pelo esgoto que os homens teimavam em jogar lá dentro, ai desisti. São impressionantes como os homens são capazes de acabar com a natureza. Um mar tão grande e eles conseguem poluir. Meu pai saiu do mar e voltamos para casa.

A meia noite chegou, e com ela todas as pessoas que tiveram a mesma idéia de passar a virada do ano na areia da praia. Todos de branco, a alegria era contagiante, apesar de não gostar dessa época, a alegria que todos demonstravam era muito bonita, elas se abraçavam, fiquei a imaginar quantas vezes durante o ano a mãe abraçou o filho, a irmã abraçou a irmão, por que eles não carregam essa alegria da virada do ano para o ano todo? O céu se abrilhantou com tanto brilhos causados pelas varias espécie de fogos de artifício. Nuvem de fumaça encobria todos os planos que deixamos para trás, já era o ano novo e agora era à hora de esquecer o que passou e recomeçar tudo que planejamos. E que a champanhe nos banhe de força e as flores brancas que jogaram para todos os santos nos ajudem para que o próximo ano, seja de muitas conquistas e que no próximo réveillon, estaremos aqui de novo e não como um simples espectador olhando para o mar sorrindo de nós e nos apontando nossas falhas, mais sim como a nuvens dançando e cantando a nossa vitória. Ano novo, seja bem vindo e traga com si a alegria de que viver é bom, mas ser bem sucedido no que fazemos é bem melhor. Meu pai segurou na minha mão, os fogos cessaram, agora apenas restava irmos para casa e esperar alguns segundos de magia do próximo final de ano.

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Osvaldo Valério
Enviado por Osvaldo Valério em 29/12/2008
Reeditado em 27/12/2009
Código do texto: T1358740
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