OS SEM...
OS SEM
(Autor: Antonio Brás Constante)
A cada novo dia, percebemos através da mídia que o problema do Brasil é mais embaixo. Ou para ser mais exato o problema chegou a ponto de se concentrar até mesmo dentro das cuecas.
Mas não são quaisquer tipos de cuecas. Estas são confeccionadas com a mais pura miséria de um povo. São 100% de algodão e forradas em dólares. Seus usuários também são 100%. Cem por cento sem caráter, sem respeito ao próximo, e claro, sem-vergonhas.
Aliás, este é o País dos SEM. De um lado temos os sem-emprego, os sem-teto, sem-terra, sem acesso a saúde, ou a educação, os milhões sem água e sem segurança. Sem condições sequer a uma peça de roupa, seja ela uma simples cueca velha.
Do outro lado temos os sem-vergonhas. Eles estão em todas as classes sociais, mas parece que há uma grande infestação deles na política. Estas ilustres figuras nos deixam sem verbas para educação, saúde, moradia, etc. Pois acham que o dinheiro dos tributos é deles.
Acreditam que eleição é algum tipo de loteria, onde o eleito pode se esbaldar no dinheiro dos impostos da forma que quiser, sem qualquer compromisso com a população.
Agem como traficantes, viciando o ambiente político, tornando-o um local de corrupção explicita. São prostitutas que se vendem para quem pagar mais. Ladrões não somente do dinheiro público, mais principalmente da fé neles depositada. Destruindo a crença que a sociedade poderia ter em seus governantes.
Mas quem são esses sujeitos? Ao que parece, poderiam ser qualquer um de nós. Basta nos espelharmos neles, visando tirar vantagens em nosso meio, que estaremos aptos a desenvolver um trabalho tão deplorável quanto o deles na política.
Este é um problema inerente ao ser humano. Ele procura nos outros uma forma de conduta (certa ou errada) para sua própria vida. Seja através das novelas, com seus padrões de comportamento. Nas religiões com seus dogmas. Ou mesmo na politicagem que lesa todo um País, através dos “espertos” que lá se encontram, e que para muitos servem de exemplo.
Se nos guiássemos pelas virtudes que temos dentro de nós. Sem querer agir como fulano ou beltrano. Se possuíssemos como única regra àquela que diz: “Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você, e ajude seu semelhante da mesma forma que gostaria de ser ajudado”. Quem sabe assim, as cuecas deixariam de ser utilizadas como cofrinhos, para se tornarem novamente apenas peças de roupa.
(SITE: www.abrasc.pop.com.br)
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