Escolher, escolher, escolher...

Fica a mensagem impregnada no espírito, sem descrever qual é a escolha, abrem-se os olhos, colocam-se os óculos, e a letras minúsculas começam a revelação. São quatro horas da manhã, e o silêncio é absoluto, o calmante não faz efeito, os que dormem, respiram calmamente, a lembrança dos sonhos quase são imperceptíveis como uma marca d’água. O vento mudou o sentido, o peito está sem ar... A boca amarrenta, cheia de configurações como um computador, a língua sem articulação, endurecida no céu da boca... Os olhos falam por si, abertos e sem brilho, o jogo começa. O teatro prepara-se para receber a platéia, com ar condicionado, as cortinas cerradas, uma música clássica tocando ao fundo para criar-se um clima impar para o espetáculo. Há um desconforto entre as pessoas a procura de seus lugares, tirando outras que não perceberam sentarem-se na numeração errada. Entra o primeiro e único ator, cumprimenta a platéia e dá início a grande e famosa peça teatral. A platéia aplaude e o monólogo começa... Do começo ao fim muitas gargalhadas, o ator às vezes se perde, mas o público não percebe, é ele com ele mesmo, dando o show... Termina a peça e todos se levantam, o aplaudem de pé. O ator sai de sena, entra no seu camarim, e chora... Ninguém vê esta parte, pois enquanto ele chora, o público sai em silencio, até que as luzes são apagadas.

Donni
Enviado por Donni em 26/12/2008
Reeditado em 26/12/2008
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