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Ano Novo: Um Ótimo Despertar
 
Em uma viagem que fiz com meu filho, quando ele era criança e olhando pela janelinha do aviação, antes da partida, me perguntou: “por que os aviões tem uma bandeira desenhada?”. E eu contra argumentei: - o que é uma bandeira - e ele respondeu: “é o símbolo de um país”.

O símbolo é um instrumento de comunicação de valor evocativo. É a realidade visível de outra realidade nem sempre visível. O homem, na da história da humanidade criou símbolos através da arte, da ciência, da filosofia e da espiritualidade. Muitos homens e mulheres tornaram-se símbolos graças à grandeza de suas sabedorias.

O Ano Novo é uma data simbólica, festejada no final de um ano e inicio do outro em todos os calendários das mais diversas tradições e culturas como a Chinesa, Judaica e a nossa Ocidental Cristã, embora, o início do ano de cada calendário não coincida. Em 46 a.C. o Governador Romano Julio Cesar fixou através de decreto a data de  primeiro de Janeiro como inicio do Ano Novo. Janeiro é o mês em homenagem a Jano o Deus dos portões. Jano, o porteiro celestial, tem como representação um homem de duas cabeças, uma face voltada para frente e a outra para trás, representado o fim e o começo, o passado e o futuro, o fechar e o abrir das portas.

No nosso calendário o Ano Novo é comemorado uma semana após a comemoração do Natal, outra data marcada por fortíssimo conteúdo simbólico. Atualmente chamamos a festa do Ano Novo de Reveillon, termo originado do verbo Frances réveiller, que significa despertar.

O Ano Novo é um inegável convite à reflexão. A porta que fecha e a porta que abre se reveste de um extraordinário simbolismo. A porta que se fecha não é para ocultar fatos passados, sim, para proteger a sabedoria armazenada. Por outro lado, a porta que se abre é a possibilidade de renovação e crescimento.

Não existe inicio sem o correspondente fim. A fronteira entre o fim e o inicio é apenas um sonho, por isso, essa época do ano é uma fase de sonhar, de fazer projetos, de abastecer as bagagens com muitas esperanças e seguir. Quem não se remova e não se reabastece, não cresce e continua remoendo a triste e infindável sobrevivência. O individuo que tem a capacidade de renovar sabe muito bem tirar proveito do fim e do inicio.

O ano novo é sempre um ótimo despertar para aqueles, que assim como a figura simbólica de Jano, conseguem abrir e fechar, iniciar e terminar, e acima de tudo, enxergam o futuro sem perderem de vista o passado.



(magem: Busto de Jano - Museu do Vaticano)
(Música: Preludio - Schubert)

Um Feliz Despertar para todos os amigos(as) e leitores(as)!
Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 26/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T1353237