Felino dá Status
O preconceito, apesar de toda maldade e injustiça que dissemina, está arraigado na humanidade de maneira tal que, às vezes, nem distinguimos a forma ou o malefício que ele causa na vida de outrem.
É uma praga dissimulada que faz com que as pessoas discriminem ou sejam discriminadas, que estabeleçam parâmetros (idiotas), baseado no poder econômico, para dissociá-las, e dividi-las em classes (camadas) sociais, enfim, no português mais claro, separar o rico do pobre.
Estamos sendo preconceituosos quando nos sentimos superiores, mais fortes, mais ricos, mais poderosos, mais inteligentes, mais (ahahahah) potentes, etc..., pois, conscientemente ou não, estamos partindo do pressuposto que nosso semelhante é inferior a nós, e; o que é pior, na maioria das vezes nem o conhecemos direito.
O preconceito está tão veemente inserido no dia a dia das pessoas que até os nomes das doenças estão sofrendo discriminação, por exemplo: pobre tem sarampo, dengue, dor de barriga, caxumba, tuberculose, asma, esporão, unha encravada, frieira, bicho-do-pé, sarna, dor de ouvido, bico-de-papagaio, reumatismo, catarata, hemorróidas e morre de câncer, enquanto o rico - muito chique - tem otite, conjuntivite, hepatite, rinite, tendinite, colite, bronquite, bursite (doença presidencial), polineurite, e morre de A.V.C. (acidente vascular cerebral, isso é que é morrer com classe).
Se no velório do rico os parentes e amigos vêm dar os pêsames e a maior preocupação é confortar a família, no velório do pobre o pessoal vem cobrar a viúva das contas atrasadas e querem saber quando irão sentir o conforto de receber.
Por falar em receber, a coisa anda tão feia que pobre não está recebendo nem extrema unção e está pagando promessa em trinta e seis meses sem entrada, que é para não dar calote no santo. Já encontrei macumba em cruzilhada com tablete de caldo knorr (sabor galinha preta, é claro) e sidra (champagne).
O governo Lula prometeu que, se não conseguir erradicar a pobreza, irá doar um gato para cada família de miserável desse país, pois assim, ninguém poderá acusar o pobre de não ter um gato para puxar pelo rabo.
O negócio é seguir o exemplo dos servidores públicos e fazer greve......greve de morte, exigir a reforma (não agrária) da necrópole para, pelo menos, termos um lugar para cair morto.
Wilson Silvério