A felicidade passada é o presente que descobrimos no futuro!!
Às vezes, nos nossos devaneios, viajamos de volta ao passado e ficamos relembrando passagens da nossa vida, momentos marcantes e felizes que deixamos para traz.
São lembranças que o tempo não apaga e que, em momentos difíceis do nosso dia-a-dia, vem à tona com tanta intensidade que chega a doer deixando um sabor amargo de melancolia e tristeza. É como se nunca mais fossemos sentir ou passar por tudo aquilo novamente, como se houvesse um abismo enorme entre o sentimento presente e a felicidade de outrora, o qual nos faz sentir impotente e sem perspectivas.
Parece fazer sentido a velha frase: ‘’Eu era feliz e não sabia’’.
Porque será que somente quando nos distanciamos do presente é que damos valor a tudo o que já vivemos, só descobrimos que éramos felizes quando o presente se torna passado num futuro distante. A felicidade parece estar num plano ascendente de forma que, hoje é melhor que ontem mas pior do que amanhã, porém no nosso íntimo, o ontem sempre nos parece melhor do que hoje e na verdade nem pensamos direito no amanhã pois vivemos relembrando o anteontem.Parece complicado...mas é.
Dizem que ‘’a história de um homem está em suas memórias’’, então quem sofre do mal de alzeimer não tem história?
Engraçado como nas nossas lembranças só ficam os bons momentos, é como se todas as coisas ruins tivessem sido deletadas (inclusive da lixeira), apagadas por completo para que não venham à baila, talvez para destoar da frase: ‘’lembrar do passado é sofrer duas vezes’’. Aliás, eu acho que essa frase não tem o menor sentido, ainda mais quando lembro que a assinatura mensal do telefone era questão de centavos assim como o litro da gasolina, o álcool combustível, o kWh da energia elétrica e nem existia a CPMF.
Estão vendo como é impossível não ser saudosista (piegas) e deixar de lembrar os bons tempos ainda mais quando pagamos as contas (quando conseguimos pagá-las) que também estão num plano ascendente enquanto nosso salário caminha na contramão da felicidade, o que transforma nossa vida naquela historinha do gato que caça o rato onde, infelizmente, somos o rato.
Wilson Silvério