IMORTAIS - Crônica de Amizades -

É a designação que utilizo para o grupo de pessoas mais próximas de mim.

Ontem e hoje tive a sorte de ter comunicado com alguns dos Imortais.

Para começar, foste Tu, querida Amiga que me iniciaste nesta coisa de Blogs/crónicas sobre qualquer coisa de substancial. Trocámos algumas mensagens que penso calorosas e justificaste a tempera rija, e mais indestrutível do que imaginas, de que és feita e eu admiro-te por isso, tendo um carinho e estimas de camaradas no sentido belo que quiseres dar a este termo, que descobri nos alvores da nossa revolução, desenvolvi no exército a aprofundei no mundo adulto, nomeadamente nos livros de um dos meus mestres, Luís Sepúlveda.

E eu adoro a forma como escreves, aprecio teres-me aberto a janela de uma literatura que desconhecia e de filmes inéditos para mim, e sabes quanto são importantes estes vectores da Amizade.

Foste a última a chegar ao meu Grupo de Imortais, mas para mim é como se cá estivesses desde o seu começo.

A seguir voltei a encontrar-te, cara Amiga Sapo.

A nossa história data dos finais de 1993, altura em que entrei no curso, e te encontrei. Nesse tempo era algo fechado e macambúzio, o tipinho típico de afastar pessoas, mas soubeste ver para além das aparências e desde essa altura que somos Amigos, bons, firmes, do melhor que a vida tem na sua portentosidade pouco ocasional para oferecer.

A tua alcunha…Bem…Fazes anos no segundo mês do ano…E por volta de Outubro começaste a pedir um Sapo (boneco) pelos anos…eu deixei a coisa passar, mas passei a tratar-te por Sapo e a fazer caricaturas nos apontamentos das aulas, com um sapo cuja cara era a tua…E, claro, quando a menina fez anos, lá teve o tal Sapo como prenda, numa altura em que eu não dava prendas a ninguém…Depois, bem, depois ficámos na Comissão de Curso e foi com orgulho imenso que fui no mesmo carro alegórico por alturas do 4ªAno.

A partir dessa altura o nosso contacto foi menos periódico, mas nunca nos perdemos de vista, mantendo a tradição de, pelo menos uma vez por ano, termos uma conversa Daquelas que solidificam uma Amizade.

Já não te via há imenso tempo, mas hoje passei pelo teu serviço e…Bem, apesar de teres, como sempre, imenso que fazer, arranjaste tempo para mim, trocámos novos emails, ficámos amigos no mesmo site, e eu reparei que és a Balzaquiana, mais terna, mais bonita que conheço e fiquei imensamente feliz por Ti, porque estás igual e ainda melhor do que nos teus 18 anos.

Sapinho, passámos por muitos momentos delicados, mas continuámos os mesmos, mais pragmáticos, mas sem perder o brilhozinho dos olhos dos primeiros tempos e isso, bem, isso diz tudo…

Depois, bem, depois e em chegando a casa, falei com um dos meus Irmãos favoritos de Taizé. Quando nos conhecemos, a empatia foi imediata e durante um ano mantivemos um contacto diário, sendo que agora é muito esporádico, e eu nessa conversa tive tanta coisa para contar que de repente notei que não falávamos há quase 4 meses, uma eternidade para nós, mas constatei que estás igual, e ainda melhor, e eu enchi-me de orgulho por Ti, por nós, pois apesar de Imortal, tu foste uma das poucas pessoas que testemunharam o meu regresso à agora comum religião, e isto diz praticamente tudo…

Depois, já noite, liguei a um dos meus mais antigos e veneráveis Amigos, padrinho do tempo do Ensino Superior, e desafiei-o para beber uma cervejinha cá em casa, pois, apesar de trabalhar noutra cidade, por determinadas razões calhou estares na nossa cidade comum e, no pouco tempo que demorou convencer-te a vires até a minha casa, referiste que te lembravas numa foto que eu tinha tirado ao grupo do Liceu de Ocasião, foto com 16 anos e que te lembravas de ter visto cá em casa há mais de dez anos…Apesar de ter milhares de fotos, demorei um minuto a encontrá-la, e foi com orgulho que ta mostrei, como um troféu, quando chegaste para beber a tal cervejinha enquanto púnhamos a conversa em dia, e havia muito, muito para falar…, apercebi-me que estás igual, Irmão, estás sempre igual, não mudas, apesar da tua profissão te ter moldado as palavras, quando estás comigo ou com a minha família, tu és igual a Ti próprio, e fazes parte da minha família, tanto pela antiguidade da nossa amizade, como pela nobreza do teu imenso e infinito carácter.

Em escalas diferentes nutro por estes Imortais uma estima que acaba por ser Igual, pois em alturas de falta de fé, de crença, nas alturas certas vocês estiveram, estão sempre lá…

Com vocês não tenho medo do futuro, pois sei que lá vos vou encontrar, não algures, mas no local certo, na hora exacta em que a nossa amizade se transcende e vos torna em Irmãos e Irmãs, em Imortais.

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/12/2008
Código do texto: T1349210
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.