Sentimentos...
Há dias em que fico triste- por sinal, estou hoje- flagelada em uma dor. De quê? Nada respondo; talvez me falte uma única... Uma busca uma perda, qualquer um dos incontáveis dissabores da vida. E quando me falta um sorriso...
Assim vão-se as horas...
Quando, porém tomo a estrada com destino ao trabalho, alarga-se uma vida diante de meus olhos. Tal é o encantamento na alma, que hoje, ao lado da BR 343, deslumbrei-me com um pé de caju. Compreendo que todos os dias estava lá, mas hoje! Os cajus vermelhos em festa!
_ Ó de casa! Minha senhora, gostaria...
_Sim, gostaria...
A dona da casa- toda uma Rosinha- já me vinha com uma cadeira alta à mão. Olhou-me (o medo de uma provável queda minha no escuro dos olhos!) como quem não entende o pedido de fotografar cajus. Alheios são aos pensamentos de outrem. Esquisitos, por vezes! Fiquei nessa categoria àquela senhora.
O cérebro me regozija; as mãos posicionando-se, toda tensão- Durante um ou dois minutos, celular nessa opção. Zump... Estava retida a imagem. A vibração de meus olhos lançando luzes.
_ Quer o caju? Um está maduro.
Ora, quem inventou a tristeza? Quem pensou na pedra após lançada? Algum poeta teria sido? Sim, no verso amado há uma eterna saudade de uma canção da manhã que se foi. E agora... Ah! São treze horas. A tristeza pediu demissão! Acaso não sonho eu em passeios à tarde e sorvetes?
(_) O caju? Uma delícia!