O Poder de um Encontro.
20 de dezembro de 2008. Parecia um sábado normal de aula na pós-graduação, sem grandes novidades. Foi quando a aula de gerenciamento de riscos foi cancelada e eu, com a mais pura intenção de adiantar um módulo, resolvi assistir a aula de relacionamento interpessoal e comunicação humana. Mas, aquilo que deveria ser apenas uma simples aula, na minha pequena visão, virou uma grande lição de vida.
Descobrir que eu faço parte de um sistema, que devo sempre reconhecer a minha aldeia e verificar como anda meu relacionamento com os membros dela foi crucial para o meu desenvolvimento como ser humano e para eu perceber as falhas que norteiam a minha forma de comunicação. Quando desenhei a minha aldeia, constatei que nela existem algumas pessoas que, por um motivo ou outro, eu não estabelecia um elo de forma eficiente. Por quê? Essa foi a primeira pergunta que o meu subconsciente fez para mim. A resposta veio instantaneamente na forma de um filme que insistia em passar na minha mente. O interessante é que essa ligação era sempre interrompida por atitudes e/ou sentimentos nada nobres, como egoísmo, rotulações indesejadas e até mesmo uma comunicação conveniente. Embora nada muito grave que não pudesse ser restabelecido, isso foi capaz de criar uma distância entre entes queridos e bloquear oportunidades de aprendizagem. Como é prazeroso estar ciente disso e ter a chance de trilhar outros e novos horizontes de forma mais digna.
Aprender que nós devemos ser como uma árvore de raízes fortes a distribuir frutos sem ter a necessidade de obter nada em troca parece algo muito simplório, porém em minha opinião, isso retrata a essência da vida. Estamos aqui para servir, dar aquilo que temos de melhor ao mundo e a todos que nele habita e nos cerca. Não é uma coisa fácil de ser praticada, porque estamos diante de um cenário materialista, onde perpetua a força dos padrões determinados e do querer “ter” e não “ser”. Hoje, domingo, a primeira coisa que fiz quando abrir os olhos foi pedir a Deus que as minhas ações refletissem as minhas boas intenções e boas palavras. Afinal, palavras são apenas palavras quando não são concretizadas em atitudes voltadas ao bem-estar de nossa nação. Entenda-se por nação: família, ambiente de trabalho, círculo social, país, enfim o universo como um todo. Somos parte do sistema, lembra?
Por falar em palavras, nesse encontro eu aprendi que o tom de voz e a fisionomia quando emanamos uma frase pode auxiliar ou prejudicar um relacionamento e a forma de comunicação. Na verdade o que aprendi foi que cada palavra deve ser expressa com sinceridade e principalmente sempre com boas intenções. Dessa forma, o universo irá contribuir para que todas as nossas realizações se perpetuem de gerações em gerações e fará com que nunca os invisíveis raios do sol se afastem de nós. Pois, uma palavra bem-intencionada sempre nos leva a comunhão com o nosso espírito e, consequentemente, com a melhor parte de nós.
Meus olhos não paravam de brilhar naquele encontro. As palavras da professora fluíam na minha mente de uma forma impressionante. Cheguei até mesmo me emocionar algumas vezes. Talvez porque estivesse redescobrindo o meu sol. O meu sol, que muitas vezes, insisti em afastar. Mas, como sempre, o divino é generoso e eu só tenho a agradecê-lo por isso.
Como é bom está no lugar certo, na hora certa. Como é bom escutar palavras que aguça o que você tem de melhor e lhe dar a oportunidade de achar o melhor caminho. Naquela manhã de sábado, eu pude constatar isso. Em resumo, às vezes um simples e não programado encontro pode ser uma grande lição de vida. Foi assim que ao terminar a aula, decidi que iria começar a escrever uma nova história de minha história... Tudo graças ao poder transformador desse inesperável encontro. Obrigada!