Os sonhos de minha infância

Quando era um menino eu tinha pensamentos e idéias diferentes.

Eu pensava que no mundo houvessem mais pessoas boas... como as que eu conhecia.

Eu pensava que o dinheiro era apenas para as boas simples... como os sorvetes e brinquedos.

Eu não tinha idéia do quanto as pessoas poderiam ser mesquinhas e interesseiras.

Não imaginava que existissem pessoas que valorizassem apenas os bens materiais... pobres almas... não sabem o que realmente é viver.

Aprendi que as melhoras coisas da vida não podem ser compradas, e que os interesses abomináveis de uma geração nunca suprimirão o prazer de ser e ter uma ideologia.

A ilusão de seguir a onda, seguir o ritmo do momento, de nada valem, ilusões, do qual muitos jovens desperdiçam suas vidas.

Shakespeare, Richard Vagner, Socrátes, Platão... nossos jovens os conhece?

Uma pena, um desperdicio de vida, de cultura, de evolução cultural e intelectual, enfim.

Fazemos parte de um país subdesenvolvido mesmo, essa é a velha desculpa.

Eu pensava, na imensidão e longividade de minha infância, que todos meus amigos estariam comigo até meus últimos dias...

Perdi vários antes do tempo, eu eu nunca tive a chance de dizer o quanto eram especiais.

O pior, muitos não eram amigos e na primeira tempestade fugiram.

E meus mais temidos inimigos me deram as mãos. Mas não eram inimigos, eram apenas pessoas diferentes.

Eu aprendi que a religião é um mal necessário, e que um ateu pode ter mais fé que muitos religiosos, o meu Deus não é um ditador.

Quando eu era criança, pensava que quando crescesse encontraria a mulher de minha via, teria filhos e viveria feliz.

Outra ilusão, a cada nova mulher, mais percebo o quanto é difícil achar a mulher ideal.

Eu sonhava em ser um grande cientista, poder descobrir algo importante, não apenas para fugir da falta de recursos de minha infância, em outras palavras, não apenas para fugir da pobreza, mas para ser lembrado.

Eu fui um menino que sonhou demais, e meus sonhos foram gigantes perante a sociedade.

Hoje um homem, me olho no espelho e percebo a necessidade da falsidade, principalmente com os que jogam de interesse.

Mas, me nego a aceitar essa realidade, nos meus sonhos as pessoas eram melhores.

Na minha infância eu podia ser mais... ser melhor...

Ainda a muito que conquistar...

Que pena, eu cresci.

Valdomiro Vagner
Enviado por Valdomiro Vagner em 21/12/2008
Código do texto: T1347541
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