Crônicas da Amendoeira ( Prêt´-à-Porter, Caetano e a SIR )
Prêt-à-Porter anda possesso com aquilo que ele vem chamando de Síndrome da Imbecilidade Recorrente ( SIR ). A doença, segundo ele, abate-se sobre artistas, escritores, intelectuais e, sobretudo, políticos. Ainda para o velho guardador de águas da CEDAE, a raia miúda é naturalmente imune à forma grave da doença, revelando apenas traços mais amenos da sintomatologia do gravíssimo mal. Mas, dentro do grupo de risco, os narcisistas estão entre os mais vulneráveis.
Na Amendoeira, entre uma sagatyba e outra que o bom Marcinho lhe serve, Prêt-à-Porter discorre sobre as conseqüências da SIR. Seu primeiro caso analisado - espécie de O Estágio do Espelho Lacaniano - foi a polêmica ridícula ( e falsa ) levantada por Caetano Veloso que, pretensamente saindo em defesa de Wilson Batista - como se este precisasse -, esculhambou Noel Rosa, acusando-o de racista e homófobo, entre outros arroubos imbecis. Para o velho aposentado o caso de Caetano é o mais emblemático pela recorrência contumaz dos sintomas.
- Professor, o senhor lembra do discurso durante a apresentação de " É proibido proibir " naquele festival? Pois é, aquilo não foi apenas uma raivazinha pela desclassificação do Gil. Foi faniquito, uma quase convulsão sindrômica!
Mais um gole de sagatyba e um eloqüente Prêt prossegue:
- Tem também os casos com o Paulo Francis e o Tinhorão. Mas como se trata de um caso de tríplice imbecilidade durante os ataques, o exemplo não serve.
Meu bom e velho amigo tentava falar com naturalidade. Para ele, ao execrar o clássico " Feitiço da Vila " com os argumentos que utilizou, Caetano não revelava apenas toda a sua ignorância sobre o objeto de seu ataque histérico. Não. Para o amigo havia mais que uma simples baianice chamando para si os holofotes que mais cegam do que ampliam a visão.
- Caetano talvez seja um caso crônico, coitado! Talvez ele devesse tomar uma com a gente e entrar Numa...
Sorrimos todos. Regina e Marcinho vieram se juntar a nós. Brindamos ao Poeta da Vila enquanto ouvíamos Prá que mentir? ao som do violão do Roberto e da inconfundível flauta do amigo Gil.