Espírito do Natal...
As recordações dos Natais de nossa infância sempre evidenciam a magia da árvore, dos pacotes e da figura do Papai Noel. Presentes, brinquedos longamente sonhados e esperados. Hoje, adultos, podemos entender esta noite mágica para nossos filhos. Entretanto, por muitos anos fui levado pela manada, pela tradição, pelo comércio desenfreado e sem sentido de criar uma lista de nomes e presentes adquiridos em turbilhão de emoções, via de regra com irritação, cansaço e um sentimento de obrigação em presentear. Um ato de amor gostoso que se torna um calvário pela urgência e obrigação do mimo. Resolví radicalizar e coloquei em prática minha revolta particular. De uns dez anos para cá, não compro presente para ninguém e também não compram pra mim. No início foi difícil, choquei muitos parentes e amigos. Hoje, o Natal pra mim representa tão somente abraços, beijos e demonstrações sinceras de carinho. Ficou econômico, confortável e alegre. Não defendo a idéia para todos, afinal o mercado precisa funcionar, mas meu protesto particular não afetará a Economia do País. Aos precipitados que já me julgam insensível, informo que adoro presentear em épocas outras, tipo passar na vitrine em qualquer dia da semana e comprar com calma aquele objeto que é a cara do amigo, ou da mãe, ou do filho, dedicadamente e com amor. Religiosidade à parte, que seu Natal represente pelo menos o momento de olhar nos olhos do seu semelhante e tentar captar-lhe a alma, sem a interferência de um materialismo sem sentido e inócuo. Feliz Natal.