O SERRA PAUS
Conheci uma criança, que o pai tomando-a em seus braços, improvisava uma antiga brincadeira: O Serra Paus. Era uma imitação dos movimentos de dois carpinteiros serrando madeira com uma serra manual, num movimento de vaivém. Então, o pai cantava: "oi serra paus/oi serrador/serra a madeira de nosso sinhô".
Aquele pequeno menino achava a maior graça. Ainda hoje, não sabe muito bem, se o que o divertia era a cantiga, a brincadeira ou ambas. Agora, até que entende certas coisas, o que lhe falta é compreesão.
Nos dias atuais, o seu pai, não canta mais o "serra paus", entretanto, ficou em sua memória, uma lição de vida.
Serrar paus, só mesmo em cantigas lá da roça, em brincadeiras de pai para filho. Segundo Bruno Betthelheim, "a auto-estima, para uma futura integração do id, do ego e do superego, tornando aquela criança mais civilizada".
Todavia, o que temos em nossos dias, não são mais serradores de paus, carpinteiros, trabalhando para antigos sinhôs, e sim, moto-serras comandadas por mentes ardilosas em mãos impiedosas, devastando florestas inteiras, invadindo reservas, tendo como finalidade imediatista e única, a exploração criminosa e devastadora. Se essas pessoas ao agredirem a Natureza de forma tão cruel, em um dia qualquer do passado, tivessem brincado de "serra paus", o planeta Azul estaria muito bem obrigado e não seríamos obrigados a conviver de forma civilizada com sinhôs que se dizem "civililados" e que comandam a maior máquina bélica e poluidora do Planeta.
Segundo Nietzsche, " o objetivo de toda civilização é transformar o homem, uma fera predadora, num animal manso e civilizado".