De mulher para mulher
Achei tão meiga uma cena que vi hoje e que me fez refletir sobre o amor entre duas mulheres. Claro que não me refiro ao amor de família, ao amor pelos que tem o mesmo sangue. Comecei a pensar sobre como se dá a aproximação afetiva e sexual entre duas mulheres.
Temos todo o conhecimento necessário para seduzir um homem, chamar a sua atenção, ganhar um olhar ou um beijo. Mas e as mulheres? Elas são diferentes por natureza. Elas gostam de outras coisas, valorizam outras características, desejam objetos e situações diferentes das que eles desejam. Então comecei a pensar em como elas se aproximaram, como elas perceberam que havia um interesse mútuo?
Já conversei com uma mulher que só namora mulheres. Ela me disse que não suporta os assuntos dos homens, que não gosta de nada neles. E ela também me disse que a aproximação entre mulheres é igual à aproximação de um homem e uma mulher: acontecem os olhares, os toques, as indiretas e ambas percebem que algo está no ar.
Mas então eu me pergunto: E se uma delas está enganada? Se uma delas acha que a outra tem intenção e ela não tem? Nos enganamos em relação às abordagens masculinas também, mas entre duas mulheres se corre um risco: a outra não ser homossexual e ser preconceituosa, ficando uma fera pelo fato de uma mulher ter achado que ela também gostava de mulheres. E entre dois homens a situação deve ser ainda pior.
Ainda assim, acredito que por amor valha a pena correr riscos. Seja o tipo de amor que for. O problema é quando dá errado. E aí não importa se o casal é homo ou hetero. As marcas podem ser muito dolorosas. E assim como o amor pode ser o mesmo, a dor também pode ser.