SOCORRO!.. MEU FILHINHO GOSTA DE LER GIBIS!

Você já escutou essa frase? Criança que lê gibi não aprende a ler.

A frase encerra uma contradição, pois como alguém que lê não aprende a ler? Criança que lê aprende a ler, lógico que aprende! Não importa se a criança lê um gibizinho de patos, o jornal do domingo, poemas de Cecília Meireles, ou se, sorrateiramente se apropria de uma revista erótica do tio e (além de observar as fotografias proibidas) decide ler as matérias. Ou seja, assim como quem pratica futebol aprende futebol, quem costura aprende a costurar e quem lê aprende a ler.

Mas os conteúdos de um gibi, do jornal do domingo, da revista proibida e dos maravilhosos poemas de Cecília Meireles... Ah! Os conteúdos são muito diferentes. Não existe gibi (por melhor que seja) que estimule a mente do leitor como é capaz de fazê-lo um livro como O homem que calculava , de Malba Tahan (para adolescentes), ou os divertidos Eugênio, o gênio, de Ruth Rocha ou Maria-vai-com-as-outras de Silvia Orthof (próprios para crianças pequenas).

Um bom livro infantil leva por caminhos novos, provoca o leitor, ajuda-o a compreender o mundo. Além disso, a criança que lê aumenta o vocabulário, melhora a sintaxe, organiza as idéias e, com o tempo, terá mais facilidade de redigir textos.

Isso não quer dizer que os pais devam proibir que as crianças leiam gibis (se gostam de fazê-lo), mas os pais podem incentivar outras leituras. Uma boa técnica é levar os filhos à livrarias e deixar que eles mesmos escolham os livros. Já em casa, ler para eles ou escutar os contos que eles estão lendo.

Também é interessante que as Livrarias realizem atividades para crianças uma vez por semana, por exemplo, aos sábados. Contação de histórias, leituras de livros infantis, teatro, bonecos, orientação de trabalhos em massinha com personagens criados em livros e até cursos para que os vendedores estejam preparados para orientar ao público infantil e aos pais, na procura de livros adequados segundo a faixa etária.

Não dizemos que o livrinho de contos ou de poemas deva substituir o brinquedo, mas somar-se. Por exemplo, se a criança solicita um trenzinho para o Natal, o pai pode adquirir o brinquedo e acrescer um livro com um conto sobre um trenzinho, como A grande Aventura de Maria Fumaça, de Ana Maria Machado.

E, os adultos podem reservar ainda que seja 20 minutos diários para ler com seus filhos ou com seus netos ou sobrinhos, pois estarão ajudando a criar um hábito muito saudável: o hábito da leitura.