BATE MEU CORAÇÃO PORQUE TU AMAS

Queixava-se de uma velha angústia, que dizia carregar a século e que sentia transbordar naquele momento. E como se manifestava a tal angústia? Através do medo? Da tristeza? Da dor? Do sentimento de perda?

Ora, se carregava a tal angústia através de século, por que não aprender a conviver com ela? Precisava pedir para endoidar de vez só por que não sabe ser um angustiado lúcido, sem saber como se conduzir na vida?

Por acaso conheces a vida num manicômio? Queres experimentar? Posso te internar. Então ficarás doido de vez. Dormirás doido e acordarás louco, teus sonhos não terão sentido, não serão sonhos, ficarás alheio.

Esta é tua casa, reconheces? Corrias por aqui quando menino e dormias sossegado naquele quarto. Ainda dormes sossegado? Vais me responder: e a angústia deixa? Você não é mais menino são. Quer Ficar doido quando homem? Por quê? Pelo terror da angústia? Estou com peninha de ti.

Ainda crês em alguma coisa? E religião, tens? Ah, tu és esquisito mesmo! Vai lá, diz pra mim o porquê da tua angústia. Não me digas que sofres por amor, se for eu riu de ti, não lembras quando por amor chorei e zombastes de mim por dizer desconhecer tal sentimento? Pois é, parece que o dia veio atrás do outro e teve esta noite para atrapalhar e enquanto clamas por uma loucura eu lúcida estou. Enquanto pedes um “manipanso” para crer, eu creio. Enquanto pedes que o “teu coração de vidro pintado estale” eu peço ao meu: bate coração porque tu amas!

PS: Qualquer semelhança com o poema “Velha Angústia” de Fernando Pessoa, pode considerar este texto um plágio.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 16/12/2008
Reeditado em 17/12/2008
Código do texto: T1339135
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