O DEUS DOS PEQUENINOS
O DEUS DOS PEQUENINOS
Ao longe eu vi uma movimentação.
Era um grupo de pessoas caminhando pelo mato, outro pelo atalho, correndo pelo meio do pasto, outro ainda pela estrada distante e cheia de poeira.
Uns correndo mais rápido do que as pernas, outros simplesmente andando coma Bíblia na mão..
Um forte alarido das prosas, gritos e conversas, era o povo da zona rural que estava indo para a reza.
O que será que passa nas cabeças dessas pessoas?
Desses senhores e dessas senhoras com os pés descalços ou com suas havaianas desgastadas?
Com os pés grossos e vermelhos pela terra rocha do sertão?
Que esperança as rezas trazem para essas pessoas?
O que leva dona Manoela puxar aquele canto tão antigo?
O que leva seu Fermino, liderar o terço com seu grupo de amigos?
O que leva os jovens correr à frente, chegar e esperar os outros?
De certo modo, todos estão unidos num único coro, o do amor.
Na capela rezam e cantam juntos numa simplicidade fantástica.
Seu Petrúcio lê a Palavra de Deus e no final todos dizem: Graças a Deus!
Seu João Ribeiro faz uma reflexão, dona Carminha faz algumas preces e o grupo todo também faz. E juntos, com esperança, respondem: Atendei-nos Senhor!
Uma violinha velha faz barulho de Deus nas mãos de seu Setembrino.
E todos cantam: “povo unido não será vencido...”
A partir dessa mágica realidade, desse encontro tão utópico para o mundo moderno, vemos corações humildes encontrando-se com a divindade.
É o povo fazendo experiência do Deus da vida, presente no dia-a-dia dos deles.
“Quem acolhe a um desses pequeninos é a mim que acolhe”! Assim fala Jesus.
E olha que não precisam de padre para tanto!
Aliás, esse às vezes mais atrapalha que ajuda.
É isso!
(Acácio)