GRITANDO CONTRA NAMORADO ALHEIO

Você assiste ao programa da “Rede Globo” posto no ar no período matutino? Não cito os nomes para evitar a propaganda e também para preservar os direitos individuais das pessoas, conforme reza a nossa Constituição Federal. Aliás, faço a pergunta por que sei que não são todos que podem assisti-lo considerando que é exibido em horário que estamos trabalhando fora de casa. O fato é que minha esposa pediu-me que expusesse sua indignação em face de um acontecimento das últimas semanas que lhe chamou a atenção, já que ela tem interesse no programa porque ali circulam várias informações que são pertinentes e de interesse das donas de casa, principalmente quando são chamadas algumas autoridades ou outras pessoas da lista de celebridades, para expor sobre algum tema de interesse da população.

Pois bem! A indignação a que me refiro diz respeito há alguns impropérios que a dita apresentadora fez com referência ao namorado de uma amiga da mesma emissora. Ocorrem que ambas (apresentadora e atriz) preferem os namorados “sarados” e bem mais novos e não só por essa razão (até por contingência do caráter de cada um e não só em relação à idade), alguns fatos foram abordados em razão desse comprometimento e essa amizade (entre as duas) causando certa perplexidade na população de uma forma geral, pois a dita apresentadora levou ao ar alguns pontos de vista exclusivamente pessoais que nada tinham a ver com o perfil do programa.

Enfim – verdade ou não – o dito cidadão foi colocado no poço mais fundo da indignidade humana. Aliás, deveria ser merecedor de tais máculas propagadas ao vivo para o Brasil inteiro, pois as notícias anteriores tinham dado conta que o tal cidadão havia si flagrado em outro antro amoroso, regado a muito entorpecente. Mas daí, utilizar de um canal de televisão, através de um programa transmitido ao vivo para todo o Brasil, para discursar e defender outra celebridade global se constitui num grande exagero em nossa visão de mero expectador. Afinal, o que o nosso povo tem a ver com os relacionamentos pessoais dessas celebridades? Ou melhor, quando algum daqueles fotógrafos autônomos (os chamados “Paparazzis”) saem em busca de notícias e acabam flagrando alguém fugindo da ótica da normalidade perante os olhos dos críticos de plantão, os artistas se acham no direito de reclamar de sua privacidade, no entanto, quando o assunto requer a mesma cautela por parte de quem deveria preservar-se, vem uma apresentadora de um programa matinal, para ensejar aos quatro cantos o lado cafajeste de um cidadão que mantém relacionamento conjugal com uma outra celebridade. Será que isso não seria o rompimento das barreiras éticas da comunicação como um todo? É possível que um contrato entre uma emissora e uma apresentadora tenha um item que assegure a esta falar de seus assuntos pessoais, ou de terceiros? Isso não seria uma ofensa à opinião pública?

Ocorre que num episódio mais recente ainda, tem-se notícia de que dito cidadão (que foi atingido na sua idoneidade moral) morreu enclausurado num quarto de motel vítima de uma overdose de entorpecentes. Esse acontecimento não leva a pessoa que fez o desabafo repensar no seu ato e se perguntar até quando ela contribuiu para ocorrer essa maledicência humana.

Esse episódio leva-nos a profundas reflexões. Primeiramente fica evidente a insegurança daquela apresentadora, eis que procurou refletir sobre si mesmo uma situação semelhante que também poderia lhe atingir, transmitindo indiretamente um recado a quem de direito, sobre sua postura como companheira intransigente que não admite o erro. Em segundo lugar, até que ponto as pessoas podem explorar a negatividade do caráter de outras pessoas, como elemento de sua própria defesa, sem pensar nas conseqüências de seu ato? Em terceiro lugar, será que tocar numa ferida de quem já está sangrando não traz mais sofrimento e mais dor, já que a doença deve ser curada sobre o ponto de vista clínico e sobre o ponto de vista psicológico. Aliás, a mesma pessoa há havia sido perdoada uma primeira vez por aquela que tinha o interesse direto no seu relacionamento. Assim, é cabível que outra pessoa - por mais amiga seja da ofendida - venha a interferir unilateralmente para fazer ofensas pessoais a outrem? Não creio que esse seja o remédio exato. A inteligência popular diz que em briga de casal ninguém põe a mão, porque pode se queimar. Destarte, a queimadura neste momento é visível, sob o ponto de vista dos fãs, como pelo remorso.

No entanto, esta é a opinião de um telespectador que preza por seu respeito e defende seus interesses perante os órgãos de comunicação como um todo, não se deixando levar por pecuinhas que eventualmente possam surgir na vida das pessoas ligadas à comunicação, seja esta ou aquela apresentadora, pois é um assunto que não interessa ao povo brasileiro.

Este é apenas um desabafo, pois sei que o pequenino grão de areia no imenso universo da praia de muitos quilômetros, será mais um que sofrerá com o pisotear de um banhista anônimo que passa pela orla brasileira. A intenção não é ofender ninguém, pois nem sequer conheço a dita apresentadora (nem a amo nem a desprezo; apenas a perdôo), mas acho que todos devem saber que o povo brasileiro não é tão bobo como muitos pensam.

Tenho dito...

Machadinho
Enviado por Machadinho em 16/12/2008
Reeditado em 16/12/2008
Código do texto: T1338006