- Lully - 


Alguns amam tanto, que não sentem a taça transbordar. Há um fundo de verdade nos excessos. São sufocantes, enfadonhos e ...insuflam o ego. Ser transformado em objeto de adoração,  alçado ao patamar dos deuses. Vira algumas cabeças.

Uma coisa é certa: É difícil apaixonar-se, sem que haja um mínimo de estímulo.  
Se no início vai muito bem, lá pelas tantas, torna-se enfadonho. Chega a hora de acabar o que nasceu errado: torto e estragado.

Claro que uma das partes, confiava na sintonia. Tanto que custa a entender.  Infelizmente, Lully é daquelas que choram dias e dias.
Talvez o sentimento, seja igual para todos. Dor não tem sexo. Mas é ‘’A dor’’.  E haja lenço de papel...
Nina Simone,  interpreta  divinamente, o âmago do desespero. O ápice do desconsolo, na voz grave.  Nina, nasceu para cantar o sofrimento. Sem fórmula mágica, esta crônica, não é de auto-ajuda.

 Serve apenas para colocar em letras, as lágrimas de uma amiga. Ela diz que devem existir milhões, nesta mesma situação. Neste exato momento, pranteando copiosamente,  os amores perdidos. 
Concordo, mas coloco a culpa, no dia cinzento e na chuva que não passa. Tempo triste provoca carência? Não, definitivamente, não há desculpas!

Convido para bater perna nas lojas e ela recusa. Imagine se tem condições! Está digerindo,  o término de um grande amor. Então,  só me resta ser uma boa ouvinte:

- Fiz uma lista, coloquei no papel para não esquecer. Leia!

- Não dê tanto, nem seja tão generosa. Não peça      desculpas, não compre mil presentes, nem mensagens.

-  Evitar entrar de peito aberto, ....acho que aprendi.

-  Ansiedade é uma droga! Esqueça planos e finais felizes. Deixe que aconteça aos poucos.

-  Tenho esta mania de  armar palcos e ser mera espectadora.

-  Interaja, não adore desta forma tão generosa. 

-  Não! de maneira, alguma, nunca mais.

-  A forma como você descreve, está me deixando angustiada. Parece tragédia grega!

- Ouça, é defeito ser intensa. Não foi o que ouvi? Não é por conta dos tais excessos, que apontam o dedo acusador?

-  Não apontam. Ele apontou. Você amou demais, muito além da conta!  Mimou, cuidou, encheu o saco!

-  Por quê sou culpada?  Não sigo padrões, sou o que sou. Devo mudar para ser feliz?

- Estou começando a ter dor de cabeça. Tem certeza que não consegue sair de casa? 

  -‘’Camille  Claudel'' , em pleno século atual... Eu não sei! 

 Mas desta vez, não calarão teu  pranto em manicômios. Vamos comprar mil pares de sapatos e destilar a mágoa em bombons  de chocolate. Godiva.



 Nota- Ouça   http://www.youtube.com/watch?v=8gtOXoXeWQc ou http://www.youtube.com/watch?v=TI8F6DbB2cE


Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 14/12/2008
Reeditado em 15/12/2008
Código do texto: T1335387
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