A FESTA DE SANTA LUZIA: UMA BREVE CRÔNICA.
As lembranças remontam aos anos sessenta e elas percorrem até aos dias de hoje, fiéis aos ensinamentos de meus avôs e de meus pais – católicos e seguidores dos mandamentos da Santa Igreja de Jesus.
Meus avós, por exemplo, tinham por devoção, na data da celebração da festa de Santa Luzia, levar à casa do Pároco as prendas, para serem leiloadas durante os festejos, e depositar, no cofre da Santa de Siracusa, o pagamento de uma promessa feita para o milagre alcançado. Esse compromisso de fé foi praticado até os anos noventa, década em que eles foram descansar no Reino dos Céus.
Assistir à missa, celebrada por “Padre Humberto”, era, antes de tudo, a principal devoção que eu praticava aos domingos pela manhã. Saíamos – eu e os meus colegas – da rua onde morávamos, no bairro da Boa Vista, íamos até à Catedral, para ouvir o que o padre dizia, e tínhamos – como prova de que realmente estávamos na missa – que repetir o sermão do representante de Deus aqui na terra, quando voltávamos.
Hoje eu agradeço a dedicação dos meus pais por me conduzirem aos ensinamentos de Deus.
Pequeno ainda, me encantava com a procissão, quando eu percorria as ruas da cidade com um ramo de oliveira em uma das mãos, enquanto a outra segurava firme a mão de minha mãe, que era a companhia constante nessa ocasião. Confesso que me sentia feliz em participar da caminhada, vendo as pessoas nas calçadas aplaudindo a passagem da imagem, carregada, ainda, por pessoas devidamente uniformizadas com as cores das vestes da Santa.
O percurso não era tão longo, como é hoje em dia, e as pessoas faziam o trajeto rezando o terço num uníssono produzido pela fé. As mocinhas iam vestidas como a Santa, felizes por demonstrarem a sua devoção, e era comum nas portas das casas, por onde passava a procissão, um oratório enfeitado de palmas e velas acesas.
Muitos iam descalços, como forma de pagar as promessas feitas, e outros colocavam pedras de bom tamanho sobre a cabeça, como forma de penitência e remissão dos pecados. O andor da Santa, aos meus olhos de menino, era de uma beleza extraordinária, que tocava o coração e me fez, por várias vezes, chorar de emoção.
Acompanhei, de lá para cá, a evolução dos festejos sem esquecer, porém, o lado religioso que, para mim, é o principal motivo da realização do evento. Assistir à novena, todas as noites, ainda é o motivo de confirmar a fé, evangelizar novas gerações e ratificar a devoção anual a Santa Luzia.
Entretanto, o lado social faz parte dos festejos, entendo. O show pirotécnico é um espetáculo visual muito bonito e faz parte da tradição, assim como, o leilão, onde se arrecada fundos para serem aplicados em obras assistenciais da paróquia, portanto, de suma importância para os serviços e movimentos da Igreja. As barracas, ao longo da Avenida Dix-Sept Rosado (e agora também na Av. Augusto Severo), são o ponto de encontro dos casais em animados bate-papos, assim como as antigas barracas, por trás da Igreja, onde os populares se aglomeram para comprar “as maçãs-do-amor”, as bolas grandes e coloridas, as bolas de encher e fazer uma “fezinha” nos bingos ali existentes.
Porém, nada se compara, em tradição social da festa, ao concurso da mais bela voz, comandado por “Seu Mané”, locutor símbolo da Rádio Rural e o animador oficial e insubstituível do festejo. O concurso é, sem sombra de dúvidas, o equilíbrio entre o religioso e o social, pois presta um serviço, revelando talentos musicais e artistas do naipe de Amanda Costa, dentre outros. Sem o concurso os festejos sociais perderiam um pouco da tradição, e os futuros valores, um norte para se iniciar no mundo cultural.
Com a modernidade, a festa ganhou espaço, também, na mídia nacional – o que não deixa de ser outra forma de evangelizar, pois além de divulgar as comemorações – já que para aqui vêm os principais meios de comunicação que dão uma ampla cobertura ao evento –, conseqüentemente, mais fiéis se deslocam para a terra de Santa Luzia, para prestarem suas homenagens e agradecerem as graças alcançadas.
Homenagem a Festa de Santa Luzia – 13 de dezembro, padroeira de Mossoró/RN.
As lembranças remontam aos anos sessenta e elas percorrem até aos dias de hoje, fiéis aos ensinamentos de meus avôs e de meus pais – católicos e seguidores dos mandamentos da Santa Igreja de Jesus.
Meus avós, por exemplo, tinham por devoção, na data da celebração da festa de Santa Luzia, levar à casa do Pároco as prendas, para serem leiloadas durante os festejos, e depositar, no cofre da Santa de Siracusa, o pagamento de uma promessa feita para o milagre alcançado. Esse compromisso de fé foi praticado até os anos noventa, década em que eles foram descansar no Reino dos Céus.
Assistir à missa, celebrada por “Padre Humberto”, era, antes de tudo, a principal devoção que eu praticava aos domingos pela manhã. Saíamos – eu e os meus colegas – da rua onde morávamos, no bairro da Boa Vista, íamos até à Catedral, para ouvir o que o padre dizia, e tínhamos – como prova de que realmente estávamos na missa – que repetir o sermão do representante de Deus aqui na terra, quando voltávamos.
Hoje eu agradeço a dedicação dos meus pais por me conduzirem aos ensinamentos de Deus.
Pequeno ainda, me encantava com a procissão, quando eu percorria as ruas da cidade com um ramo de oliveira em uma das mãos, enquanto a outra segurava firme a mão de minha mãe, que era a companhia constante nessa ocasião. Confesso que me sentia feliz em participar da caminhada, vendo as pessoas nas calçadas aplaudindo a passagem da imagem, carregada, ainda, por pessoas devidamente uniformizadas com as cores das vestes da Santa.
O percurso não era tão longo, como é hoje em dia, e as pessoas faziam o trajeto rezando o terço num uníssono produzido pela fé. As mocinhas iam vestidas como a Santa, felizes por demonstrarem a sua devoção, e era comum nas portas das casas, por onde passava a procissão, um oratório enfeitado de palmas e velas acesas.
Muitos iam descalços, como forma de pagar as promessas feitas, e outros colocavam pedras de bom tamanho sobre a cabeça, como forma de penitência e remissão dos pecados. O andor da Santa, aos meus olhos de menino, era de uma beleza extraordinária, que tocava o coração e me fez, por várias vezes, chorar de emoção.
Acompanhei, de lá para cá, a evolução dos festejos sem esquecer, porém, o lado religioso que, para mim, é o principal motivo da realização do evento. Assistir à novena, todas as noites, ainda é o motivo de confirmar a fé, evangelizar novas gerações e ratificar a devoção anual a Santa Luzia.
Entretanto, o lado social faz parte dos festejos, entendo. O show pirotécnico é um espetáculo visual muito bonito e faz parte da tradição, assim como, o leilão, onde se arrecada fundos para serem aplicados em obras assistenciais da paróquia, portanto, de suma importância para os serviços e movimentos da Igreja. As barracas, ao longo da Avenida Dix-Sept Rosado (e agora também na Av. Augusto Severo), são o ponto de encontro dos casais em animados bate-papos, assim como as antigas barracas, por trás da Igreja, onde os populares se aglomeram para comprar “as maçãs-do-amor”, as bolas grandes e coloridas, as bolas de encher e fazer uma “fezinha” nos bingos ali existentes.
Porém, nada se compara, em tradição social da festa, ao concurso da mais bela voz, comandado por “Seu Mané”, locutor símbolo da Rádio Rural e o animador oficial e insubstituível do festejo. O concurso é, sem sombra de dúvidas, o equilíbrio entre o religioso e o social, pois presta um serviço, revelando talentos musicais e artistas do naipe de Amanda Costa, dentre outros. Sem o concurso os festejos sociais perderiam um pouco da tradição, e os futuros valores, um norte para se iniciar no mundo cultural.
Com a modernidade, a festa ganhou espaço, também, na mídia nacional – o que não deixa de ser outra forma de evangelizar, pois além de divulgar as comemorações – já que para aqui vêm os principais meios de comunicação que dão uma ampla cobertura ao evento –, conseqüentemente, mais fiéis se deslocam para a terra de Santa Luzia, para prestarem suas homenagens e agradecerem as graças alcançadas.
Homenagem a Festa de Santa Luzia – 13 de dezembro, padroeira de Mossoró/RN.
OBS. iMAGEM DA INTERNET