Dia de Marasmo.
Hoje eu não estou muito a fim de fazer cerimônias sobre o assunto, nem de contar estórias tão longas que cheguem a ser extenuantes. Hoje não. E em verdade, me encontro agora não apenas com a intima vontade de me acalmar, mas também de não me ater em dizer, explicar, ou simplificar nada.
Certo, talvez seja eu meio ignorante, todavia convenhamos a situação a qual estou. Encontro-me deitado, a beira mar, a areia cândida no suster de meu corpo, o sol candente, nem muito forte, ou mesmo fraco, umas poucas nuvens dispersas ao horizonte, o cheiro de maresia tênue pelo ar; e nem muitas ou poucas pessoas, a quantidade certa, trespassando pelos caminhos bons de se andar, não naqueles dias em que a areia fica de tão quente queimando as solas dos pés.
Não, o tempo é de marasmo, as ondas são morosas, maviosas, vindo e indo como numa sinfonia terna, de sons belíssimos no ouvir delas se contornando na praia, a areia molhando-se levemente, e depois tornando-se seca pode novo.
Os finos fios do sol tocando o corpo, acalentando-nos como uma cálida vela acesa em dias chuvosos, onde faltam luz, calor, e o negror da noite nos enche de medo como na antiguidade; e a vela acesa restitui todo o nosso ânimo no saber de que amanhã sobrevirá um novo dia, onde o sol far-se-á claro, cálido, candente...
E nestes dias de marasmo, os únicos pensamentos são de calma, e equilíbrio com o todo.