O Guardiao

Era uma tarde de sábado extremamente agradável, tranqüila, escura e sombria. Parecia que nada poderia dar errado. E eu, pra variar, estava na floresta.

Quem sou eu, você já vai descobrir. O fato é, se eu não tivesse na floresta não haveria historia. Sou o guardião da passagem mística da floresta, do mundo dos seres para o mundo humano. Garanto a paz e a ordem entre os seres, os protejo das maldades humanas e vice versa. Fazendo com que cada um fique em seu devido lugar.

Estava andando por uma trilha que resultaria em minha casa. Quando vi um garotinho amarrado sobre um caldeirão diante a duas bruxas belissimamente incomuns. De repente, feitiços estrondosos começaram a ricochetear por todo o lado.

Entrei logo em ação e roubei o garoto sem que me vissem. Corri e nos escondi dentre as raízes das arvores e pedras. Uma delas passou rasante por nós gargalhando horripilantemente. Sem sinal da outra, corri depressa até minha morada; onde estaríamos seguros.

Quando chegamos, o menino parecia muito calmo para o meu gosto. Afinal quase fora devorado! Mas, poderia ainda estar em choque. O deixei a vontade, e fui procurar sua mãe. Depois de varias tentativas frustradas de encontrá-la, volteie.

Seu nome era William Walker. Não sei por que esse nome me parecia familiar. Mas, ignorei esse importante aviso da minha intuição.

O mais estranho era que o tempo inteiro, o garotinho William, me observava com ar de piedade. Quando perguntei o que ocorrera, me disse:

- Você parece um homem bom, somente é lerdo.

-Lerdo?! – perguntei indignado.

-O senhor não encontrou minha mãe não é?

- Você já sabia que eu não iria encontrá-la? – No inicio achei que era brincadeira. Mas William fechou ainda mais seu rosto pálido e excêntrico.

-Pena que quando ela te encontrar, vai acabar com você!

Ai, me dei conta de quem ele era. William Walker! Filho de Beatrix Walker. A bruxa mais famosa, fantástica, sedutora e temida de todos os tempos.

Estava brutalmente encrencado! Ela não perdoava, principalmente tratando-se de algo tão precioso. O jeito era entrar na floresta, e entregá-lo pessoalmente para ela.

Então, um estampido irrompe o silencio da noite. Era a maligna Thais, prima Irma de Beatrix. Invadira a minha casa desrespeitando todas as regras mágicas. Tinha que por um fim aquele abuso! Fiz um feitiço que a aprisionou em um jarro encantado.

Logo em seguida fugimos par a floresta, em busca de Beatrix. E percebi porque Thais nos perseguia, era ela quem tentava comer o garoto! E enquanto sua mãe o defendia, sumi com ele!

Senti o pavor tomar conta de meu corpo, mas fui firme ate o fim. Entravamos na parte sombria da floresta que pertencia às bruxas, quando houve um leve terremoto.

O vaso se espatifara, e Thais reaparecera em nossa frente. No instante em que iria nos atacar, Beatrix aparece como um raio lançando feitiços estrondosos em sua terrível prima.

Ao vencer o combate, Beatrix entregou Thais a julgamento de seu filho. Sendo eu o guardião me intrometi:

-Mas esse trabalho é meu!

Olhando-me como sempre de modo fatal e sedutor, Beatrix responde:

- Mas ele o substituirá daqui algum tempo Jonas Drarck, pois ele é seu filho!

A quilo foi um choque para mim, afinal parecia ter sido há tanto tempo o nosso romance... Minha alegria não era tamanha a minha surpresa! Dei-lhes logo um abraso apertado.

Thais foi condenada por meu filho a viver durante nove anos no Pântano da Solidão em forma de sapo. Enquato eu, Jonas Drarck, sou o guardião mais bem sucedido da minha era. Pois realizei feitos inéditos, principalmente em me relacionar tão bem com os seres mágicos. Principalmente as Bruxas...

HÁ, HÁ HA HA HA...

Beatriz Baptista
Enviado por Beatriz Baptista em 14/12/2008
Reeditado em 17/12/2008
Código do texto: T1334462