Onde o azul é mais celeste
Águida Hettwer
 
 
       Não se devem queimar etapas, trocando os pés pelas mãos, esmagando o mais belo elo da existência. Tudo ao seu devido espaço de tempo, é hora de hastear a bandeira da paz, de anular dívidas vencidas, sacudir o pó das velhas lembranças. De revestir a vida de alegria, adornar sonhos esquecidos, revigorar belos sentimentos adormecidos conectando-os novamente. Fazendo uma varredura no passado, deixando o sol adentrar intenso no presente momento. Criando raízes profundas no cerne da alma, tendo coragem de atravessar o deserto de dúvidas e angustias que nos separa da verdadeira felicidade. Descobrimos ao longo do tempo, onde o céu é mais celeste. Que podemos ser felizes na simplicidade, que corremos atrás de coisas vãs, que não nos acrescentam nada. Perdemos horas lutando contra fantasmas que nós próprios criamos e alimentamos no decorrer da vida. Se pudéssemos rasgar uma página em branco, e começar de novo, priorizando valores que nem ouro e prata possam cobrir. Deixamos à vida passar diante dos olhos, e pequenos gestos de suma importância, que poderiam mudar totalmente o rumo da história muitas vezes passaram despercebidos. No palco da vida, descortinam-se emoções que fervilham trazendo prazer intenso. Basta que esteja sujeitos a experimentar. Quem não cultiva sonhos, não se permite alforriar-se dos medos.
 
 
 
13.12.2008