Parabéns, Dona Priscilliana!
Belvedere Bruno
Durante as comemorações das festas natalinas , visitamos Dona Priscilliana, ex costureira de mamãe . A conversa girou sobre seu próximo aniversário, dia dez de fevereiro, quando completará cem anos. Está lúcida, apenas um pouco surda ,e devido ao reumatismo, não anda com facilidade, necessitando de auxílio. Diante de filhos, netos e bisnetos, dizia não querer festa esse ano . Um tanto surpresa, indaguei a razão, já que sempre comemoramos em alto estilo o seu natalício. Nunca deixei de enviar o maior dos buquês de flores, e a maioria dos amigos também , ficando a casa um verdadeiro jardim. Eis que Dona Priscilana diz que detesta aquele aglomerado que se forma todo ano em sua casa, o vozerio lhe dá tonturas, e de agora em diante, será diferente; vai sair pra passear. Consternação geral. Diz , ainda, que aquele monte de flores dentro de casa lhe dá profundo mal estar, pois passa uma impressão de velório, coisa de morte, mais que de festa. Olho pra ela e me calo. Penso como é surpreendente a vida. Vivemos anos e anos agindo de forma a agradar e subitamente descobrimos que fizemos justamente o contrário.
Uma vizinha, que está participando da conversa, diz:- É verdade, no dia seguinte ao seu aniversário sempre vejo aquele monte de flores caríssimas jogadas ao lixo, no quintal. Intimamente questiono a conduta de Dona Priscilliana. Não é de agora, aos cem, que ela faz isso. Sempre fez, segundo a antiga vizinha . Flores ofertadas com todo carinho e que sempre paravam , viçosas, na lata de lixo.
Quanto ao centenário de Dona Priscilliana, deixarei passar em brancas nuvens... Flores, nunca mais!
Contudo, Parabéns, Dona Priscilliana!
Belvedere Bruno
Durante as comemorações das festas natalinas , visitamos Dona Priscilliana, ex costureira de mamãe . A conversa girou sobre seu próximo aniversário, dia dez de fevereiro, quando completará cem anos. Está lúcida, apenas um pouco surda ,e devido ao reumatismo, não anda com facilidade, necessitando de auxílio. Diante de filhos, netos e bisnetos, dizia não querer festa esse ano . Um tanto surpresa, indaguei a razão, já que sempre comemoramos em alto estilo o seu natalício. Nunca deixei de enviar o maior dos buquês de flores, e a maioria dos amigos também , ficando a casa um verdadeiro jardim. Eis que Dona Priscilana diz que detesta aquele aglomerado que se forma todo ano em sua casa, o vozerio lhe dá tonturas, e de agora em diante, será diferente; vai sair pra passear. Consternação geral. Diz , ainda, que aquele monte de flores dentro de casa lhe dá profundo mal estar, pois passa uma impressão de velório, coisa de morte, mais que de festa. Olho pra ela e me calo. Penso como é surpreendente a vida. Vivemos anos e anos agindo de forma a agradar e subitamente descobrimos que fizemos justamente o contrário.
Uma vizinha, que está participando da conversa, diz:- É verdade, no dia seguinte ao seu aniversário sempre vejo aquele monte de flores caríssimas jogadas ao lixo, no quintal. Intimamente questiono a conduta de Dona Priscilliana. Não é de agora, aos cem, que ela faz isso. Sempre fez, segundo a antiga vizinha . Flores ofertadas com todo carinho e que sempre paravam , viçosas, na lata de lixo.
Quanto ao centenário de Dona Priscilliana, deixarei passar em brancas nuvens... Flores, nunca mais!
Contudo, Parabéns, Dona Priscilliana!